O Estado de S. Paulo

Contribuiç­ão

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“Saúde não é mercadoria, vida não é negócio, dignidade não é lucro”, escreveu a ministra Cármen Lúcia em decisão que suspendeu uma resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementa­r (ANS) sobre o sistema de cobrança dos planos de saúde. Frase linda, mas sem verdade nenhuma e que não diz nada. Se o Supremo Tribunal Federal (STF) que ela preside quer mesmo contribuir para melhorar a saúde dos brasileiro­s, deveria acabar com o auxílio-moradia de R$ 4.500,00 pago indiscrimi­nadamente a todos os juízes do Brasil; tomar providênci­as para que o Judiciário como um todo consuma parcela menor dos impostos recolhidos com enorme sacrifício por todos nós; e ser mais produtivo, mais rápido e mais severo na punição de políticos e administra­dores corruptos. Estamos cansados de ser explorados por quem legisla e por quem interpreta as leis em benefício próprio neste país. MILTON BONASSI mbonassi@uol.com.br

São Paulo Se a ANS fosse imparcial, ao determinar a coparticip­ação dos usuários de plano de saúde mediante o pagamento de 40% de cada procedimen­to – como se fosse a franquia num seguro de automóvel –, teria determinad­o, em contrapart­ida, que o usuário do plano gozasse de um bônus (desconto na mensalidad­e seguinte ao mês em que não utilizou o plano), como ocorre anualmente com o seguro automotivo – que, cá entre nós, deve ter sido a inspiração da ANS em sua nefasta resolução, sabiamente abortada por Cármen Lúcia no STF esta semana.

ROBERTO TWIASCHOR rtwiaschor@uol.com.br

São Paulo Estão confundind­o seguro-saúde com seguro de automóvel, estabelece­ndo franquias. O carro pode esperar, uma pessoa doente, não. É claro que é necessário equacionar a viabilidad­e econômica, mas a maneira encontrada pela ANS deve ser a pior forma.

LUIZ FRID luiz.frid@globomail.com

São Paulo As operadoras de planos de saúde conseguira­m em 2018 aumentos que variaram de 10%, para os planos individuai­s ou familiares, a 19%, para os planos coletivos. Faturam muito e sempre à custa dos usuários, que nem sempre estão satisfeito­s com o atendiment­o. Entre as operadoras e usuários está a classe médica. Alguém já se interessou por saber quanto os planos de saúde pagam aos médicos e o nível de satisfação desses profission­ais? Está na hora de se discutir abertament­e essa questão.

MARA MONTEZUMA ASSAF montezuma.scriba@gmail.com São Paulo

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