O Estado de S. Paulo

Doria confirma Rodrigo Garcia, do DEM, como candidato a vice

Anúncio oficial será feito hoje; deputado é líder do partido na Câmara e foi secretário de Habitação do governo Alckmin

- Fabio Leite Pedro Venceslau

O ex-prefeito paulistano João Doria (PSDB) confirmou ontem o nome do deputado federal Rodrigo Garcia (DEM-SP) como seu vice na chapa em que disputará o governo de São Paulo em outubro. O anúncio oficial será feito hoje em um hotel na zona oeste de São Paulo.

Líder do DEM na Câmara dos Deputados, Garcia foi secretário da Habitação durante o governo Geraldo Alckmin (PSDB), entre 2015 e 2018. Deixou o cargo em janeiro deste ano para se lançar como précandida­to a governador, ideia que durou até junho, quando o partido anunciou o apoio ao nome de Doria na disputa para o Palácio dos Bandeirant­es.

Além do DEM, a coligação do tucano já conta com outros partidos do chamado Centrão, como o PRB e o PP, além do PSD, legenda do ex-prefeito e atual ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicaçõ­es, Gilberto Kassab.

O anúncio de Garcia na chapa de Doria ocorre no momento em que os partidos que compõem o Centrão se afastam do presidenci­ável Ciro Gomes, do PDT, e fecham apoio à candidatur­a de Alckmin, replicando no plano nacional a aliança do ex-prefeito no Estado. Marca, ainda, um distanciam­ento do governador Márcio França (PSB), que busca a reeleição contra Doria, de Alckmin.

No PSDB, a expectativ­a é de que a oficializa­ção do deputado do DEM como companheir­o de chapa de Doria consolide o apoio do Centrão a Alckmin na disputa nacional.

Doria foi o primeiro pré-candidato ao governo de São Paulo, entre os mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto, a anunciar seu vice. Paulo Skaf (MDB), o atual governador, Márcio França (PSB), e o petista Luiz Marinho ainda não compuseram a chapa.

Histórico. Embora seja um aliado antigo dos tucanos em São Paulo, Garcia já contrariou os interesses do PSDB no Estado. Em 2005, quando o partido ainda se chamava PFL, ele lançou sua candidatur­a a presidente da Assembleia Legislativ­a de São Paulo e derrotou, por apenas dois votos de diferença, o então deputado estadual Edson Aparecido (PSDB).

À época, Garcia era muito próximo de Kassab, com quem chegou a fazer dobradinha na eleição a deputado estadual e federal e de quem depois foi secretário na gestão do ex-prefeito de São Paulo. Ambos romperam em 2011, quando Kassab estava saindo do DEM para criar o PSD. Depois disso, Garcia se aproximou de Alckmin, tornando-se secretário do ex-governador entre 2015 e 2018 e um dos principais defensores do apoio do DEM à candidatur­a presidenci­al do tucano.

Investigaç­ão. Garcia é alvo de dois inquéritos que investigam suposto recebiment­o de R$ 200 mil via caixa 2 para sua campanha a deputado em 2010 da Odebrecht. Os repasses foram relatados por delatores da empreiteir­a no âmbito da Lava Jato. O deputado nega a acusação.

Um inquérito no Supremo Tribunal Federal investiga suspeita de crime de falsidade ideológica eleitoral. Depois que o STF restringiu o foro de parlamenta­res, a Procurador­ia-Geral da República solicitou o envio da investigaç­ão ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo.

Um segundo inquérito, do Ministério Público Estadual, investiga suposto enriquecim­ento ilícito na esfera cível na mesma apuração de caixa 2 da Odebrecht.

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ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA-22/6/2018 Cargo. Garcia já tentou se lançar pré-candidato ao governo

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