O Estado de S. Paulo

Geddel e Estevão vão para ala de segurança máxima na Papuda

- Teo Cury / BRASÍLIA

A juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, determinou ontem a transferên­cia imediata do ex-senador Luiz Estevão (MDB-DF) e do ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA) para a ala de segurança máxima do Complexo da Papuda, em Brasília. A decisão foi tomada após relatos de “privilégio­s” e “regalias” nas celas dos dois políticos.

“Consideran­do a influência política que ainda demonstram possuir, mostra-se recomendáv­el a adoção de medidas preventiva­s no sentido de mantê-los separados”, escreveu a juíza. A ala para aonde vão os dois políticos abriga presos que apresentam vulnerabil­idade em relação aos demais e que não podem ter contato com os que não tenham o mesmo perfil que eles.

Em junho, durante a Operação Bastilha, policiais civis apreendera­m nas celas de Geddel e Estevão itens como pen drives, chocolates e anotações. O delegado Fernando Cesar Costa disse, na ocasião, que havia indícios de que Estevão era o “mandachuva” e agia como “dono da cadeia”.

Estevão foi condenado a 26 anos de reclusão por desvios nas obras do Fórum Trabalhist­a de São Paulo. Geddel foi preso no ano passado depois que a Polícia Federal apreendeu R$ 51 milhões em espécie em um imóvel atribuído ao ex-ministro.

A defesa de Estevão afirmou que só vai manifestar após ter acesso à decisão. A reportagem tentou contato com a defesa de Geddel, mas não obteve resposta até a conclusão desta edição.

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