RUSSA APELOU A SEXO PARA ESPIAR REPUBLICANOS
Jovem que se aproximou de lobby das armas é acusada de trabalhar para o Kremlin nos EUA
Oferecer sexo em troca de vantagens em uma operação de espionagem, aproximar-se do lobby das armas e usar o tradutor do Google para conversar com fontes eram algumas das técnicas usadas por Maria Butina, ativista suspeita de ser uma espiã russa, presa domingo nos EUA.
O objetivo da agente russa, de 29 anos, era conseguir um cargo na Associação Nacional do Rifle (NRA), o lobby das armas americano. O emprego a ajudaria a cumprir sua missão que, segundo as investigações, era favorecer os interesses do Kremlin nos EUA.
Com seu longo cabelo ruivo e vestindo o macacão laranja do sistema prisional americano, ela compareceu, na quartafeira, a um tribunal de Washington. Apesar de se declarar inocente, ela acabou sendo presa preventivamente, já que os promotores conseguiram convencer a juíza Deborah Robinson que a russa poderia fugir. Se condenada, Maria pode pegar 15 anos de prisão.
De acordo com um memorando do Departamento de Justiça, a jovem russa teria construído uma rede de influentes contatos nos EUA para beneficiar o Kremlin, uma missão que teve início com uma relação amorosa com um homem de 56 anos. Ele não é identificado no processo, mas seria Paul Erickson, um ativista político de Dakota do Sul.
Os investigadores afirmam, no entanto, que o romance era apenas um detalhe na operação de Maria, que trocava mensagens com outros homens. Segundo o FBI, ela ofereceu favores sexuais por um cargo na NRA. Maria também utilizou o tradutor do Google para conversar em inglês e apresentar para um de seus alvos uma proposta de projeto visando as eleições presidenciais de 2016.
Para promotores americanos, ela tem ligações com a FSB (antiga KGB). Na Rússia, Maria trabalhou para Aleksandr Torshin, político aliado de Vladimir Putin suspeito de ter ligações com a máfia. Ontem, funcionários da embaixada da Rússia se reuniram com ela pela primeira vez. O governo russo criticou a prisão, que definiu como “histeria antirrussa”.
Nas redes sociais, Maria aparece ao lado de diretores da NRA e de membros do Partido Republicano, o mesmo do presidente Donald Trump, com quem ela tentou estabelecer canais de comunicação informal visando as eleições de 2016. Não há indícios, no entanto, de que os dois tenham se reunido.