O Estado de S. Paulo

Brasileiro ainda prefere pagar contas com dinheiro, diz BC

Segundo estudo, 60,2% da população usa essa forma de pagamento com maior frequência; uso de cartões cresceu

- Fabrício de Castro / BRASÍLIA

A maior parte dos brasileiro­s ainda prefere pagar suas compras com dinheiro, mas o uso dessa forma de pagamento vem caindo nos últimos anos, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Banco Central (BC). De acordo com o estudo, 60,2% dos entrevista­dos respondera­m que o dinheiro é a forma de pagamento utilizada com maior frequência. Na pesquisa anterior, divulgada em 2013, esse índice era de 78%.

O cartão de crédito tem a preferênci­a de 15% dos entrevista­dos e o de débito, de 22%. Há cinco anos, os porcentuai­s dos cartões de crédito e de débito eram de 13% e 14%, respectiva­mente. As mudanças refletem o aumento do uso de meios eletrônico­s de pagamento, em detrimento das cédulas e moedas.

Do total dos entrevista­dos, 96,1% respondera­m que, além de outros meios, também fazem pagamentos com dinheiro em espécie. Eles podiam marcar mais de uma opção – 51,5% mencionara­m cartão de débito e 45,5%, cartão de crédito. Para compras de até R$ 10, 87,9% preferem utilizar dinheiro. Esse índice diminui com pagamentos de maior valor. De acordo com o BC, para desembolso­s de mais de R$ 500, a maior parte dos entrevista­dos (42,6%) prefere o cartão de crédito.

O Sul é a única região do País onde o uso de cartão de crédito e de débito é mais frequente que o de dinheiro vivo. Entre os meios de pagamento utilizados com maior frequência, 18,2% dos sulistas citam o cartão de crédito e 35,8%, o cartão de débito. As duas modalidade­s somam 54% no Sul, enquanto 44,8% citam

o dinheiro em espécie.

O resultado destoa do verificado em outras regiões do País. No Sudeste, 59,1% da população afirma que o dinheiro é a forma de pagamento utilizada com maior frequência. O cartão de crédito fica 14,2% e o cartão de débito com 23,2%. No Nordeste, o dinheiro é a forma de pagamento mais usada (66,6%) pela população, enquanto o cartão de crédito tem porcentual de 17,3% e o cartão de débito, de 13,6%. No caso do Norte/Centro-Oeste – avaliado como uma região única –, o uso de dinheiro é mais frequente para 69,2% da população. Cartão de crédito tem 10% e cartão de débito soma 19%.

No comércio, 75,8% dos estabeleci­mentos aceitam pagamentos no débito e 74,1% no crédito. Apenas 16,3% aceitam cheques, informou o BC. A metade do faturament­o do comércio vem de pagamentos em dinheiro, sendo que na pesquisa anterior, de 2013, o porcentual era de 55%. O cartão de débito aumentou de 14% para 20% sua fatia no fluxo de caixa dos estabeleci­mentos. Por outro lado, o uso de cheques diminuiu 2 pontos porcentuai­s, passando para apenas 1%. As vendas feitas em cartão de crédito ficaram estáveis no período, com 25%.

Notas. Conforme o BC, o hábito de verificar a autenticid­ade das notas está relacionad­o o seu valor. Apenas 8,5% declararam verificar sempre as notas de R$ 2. Já para as notas de R$ 100, o porcentual passa para 43,4%. Mesmo no caso das notas de maior valor, 39,2% nunca verificam as cédulas de R$ 50 e 37,7% não verificam as de R$ 100.

A pesquisa foi feita em abril ano com dois públicos-alvo: adultos de municípios com mais de 100 mil habitantes e caixas de comércio. Foram feitas 2 mil entrevista­s.

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WILTON JUNIOR/ESTADÃO–31/8/2017 Bolso. Preferênci­a por dinheiro é maior no Norte e Nordeste

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