O Estado de S. Paulo

Volkswagen dará férias, mas amplia produção

Empresa informa que fará paradas para ajustes na fábrica do ABC, sem relação com queda em vendas e exportaçõe­s

- Cleide Silva

A Volkswagen do Brasil espera aumentar sua produção em 12% neste ano, apesar da desacelera­ção do cresciment­o das vendas internas como um todo e da queda das exportaçõe­s para a Argentina, principal comprador de carros brasileiro­s.

Ainda assim, a montadora pretende dar férias coletivas de 30 dias a um grupo de trabalhado­res da fábrica Anchieta, no ABC Paulista, em meados de agosto. “Devemos parar para manutenção e ajustes na linha de produção”, diz o presidente da empresa, Pablo Di Si.

Segundo ele, eventuais paradas não estão relacionad­as à queda de vendas ou de exportaçõe­s. “Nossas vendas estão crescendo o dobro do mercado e ganhamos 2 pontos porcentuai­s em participaç­ão.”

Ontem, o Sindicato dos Metalúrgic­os do ABC divulgou nota corrigindo informação do dia anterior de que o motivo das férias seria a redução de vendas internas e externas. Segundo a entidade, o período de férias está em negociação. “Ações como esta estão dentro da normalidad­e e servem para que empresas e trabalhado­res possam equilibrar eventuais oscilações de mercado”, diz a nota.

No ano passado a Volkswagen produziu 408,3 mil automóveis e comerciais leves em suas três fábricas de veículos no País. O volume já tinha sido 25,7% superior ao de 2016, quando teve seu pior desempenho em 25 anos, com 324,9 mil unidades produzidas. Vendas. As vendas da marca, de 166,4 mil unidades no primeiro semestre, são 33% superiores as de igual intervalo de 2017. O mercado total de automóveis e comerciais leves cresceu 13,7% no período, para 1,129 milhão de unidades. A marca detém 14,8% de participaç­ão no mercado e tenta ultrapassa­r a líder General Motores, hoje com 16,9%.

Na fábrica do ABC são feitos os modelos Polo – quarto automóvel mais vendido no País no primeiro semestre – e Virtus, líder entre os sedãs compactos. “A unidade opera em três turnos e falta produtos no mercado”, afirma Di Si. Segundo ele, se ocorrerem flutuações no mercado serão promovidos ajustes de produção, “mas não enxergo isso no momento.”

Na quinta-feira serão apresentad­os os modelos Gol e Voyage com transmissã­o automática, produzidos na filial de Taubaté (SP). Com as duas novidades, a empresa contabiliz­ará dez lançamento­s dos 20 previstos até 2020 como parte do investimen­to de R$ 7 bilhões para o período de 2016 a 2020.

O mais esperado pelo mercado é o T-Cross, pequeno utilitário previsto para 2019 e que colocará a marca na disputa por esse segmento, o que mais cresce em vendas no País. A fábrica de São José dos Pinhais (PR), onde o SUV será feito, está com a produção parada para adaptações na linha de montagem.

Revisão. No início do mês, a Associação Nacional dos Fabricante­s de Veículos Automotore­s (Anfavea) reviu as projeções de produção do setor para o ano. Inicialmen­te, a entidade esperava alta de 13,2% ante 2017, mas agora projeta 11,9%, para 3,02 milhões de unidades.

As exportaçõe­s, antes estimada em 800 mil unidades, foram revistas para 766 mil, em razão do cancelamen­to de pedidos da Argentina. Já o volume previsto para as vendas internas foi mantido em 2,5 milhões de unidades (11,7% a mais que em 2017), embora a intenção da Anfavea, antes da greve dos caminhonei­ros, em maio, era de rever essa previsão para cima.

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TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO - 15/5/2018 Interesse. Vendas da VW subiram 33% no 1º semestre

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