WhatsApp inibe função para atacar ‘fake news’
Aplicativo vai diminuir para 20 o número máximo de compartilhamentos de mensagens entre usuários; hoje é possível encaminhar 250 vezes
O aplicativo de mensagens WhatsApp, que pertence ao Facebook, anunciou ontem que vai testar limitar a quantidade de vezes que um usuário pode encaminhar uma mesma mensagem na plataforma. Segundo a empresa, a iniciativa é uma das estratégias da empresa para combater a disseminação de notícias falsas. É uma preocupação global do WhatsApp – no início deste mês, a empresa anunciou que oferecerá bolsas de estudo para pesquisadores que busquem a entender a circulação de boatos no app.
Até o anúncio, o limite de vezes que uma mensagem poderia ser encaminhada era de 250 envios. A partir de agora, usuários de todo o mundo poderão redirecionar mensagens apenas 20 vezes aos seus contatos. Na Índia, principal mercado do WhatsApp hoje, com 200 milhões de usuários, as regras serão mais rígidas: apenas cinco vezes.
Isso acontece devido a uma crise de credibilidade do aplicativo por lá, depois que boatos levaram a ondas de linchamentos no país. Desde o início do ano, mais de 20 pessoas morreram após mensagens falsas apontarem essas pessoas como traficantes de órgãos e sequestradores de crianças. Outros casos de mortes violentas foram registrados em países como Myanmar e Sri Lanka.
No Brasil, onde existem mais de 120 milhões de usuários, os casos mais comuns estão relacionados aos golpes divulgados pelo aplicativo. Um exemplo deles é o que circulou na greve dos caminhoneiros, que oferecia uma lista de postos com gasolina, mas buscava roubar dados dos usuários. Mais de 60 mil pessoas foram vítimas dessa fraude em menos de 24 horas.
“Acreditamos que essas mudanças – que seguiremos avaliando – vão ajudar a manter o WhatsApp como a plataforma que ele foi criado para ser: um aplicativo de mensagens privadas”, declarou a empresa, em nota.
Essa não é a única mudança em relação às mensagens encaminhadas. No dia 10 de julho, a empresa disse que vai sinalizar “encaminhada” no topo das mensagens que foram recebidas e repassadas. O objetivo é diferenciar as mensagens encaminhadas – que podem ser uma corrente viral ou mesmo notícias falsas – das que são escritas pelo contato com o qual o usuário está conversando./