O Estado de S. Paulo

Em novo recuo, Bolsonaro volta a cogitar Janaina Paschoal na chapa

Após ver frustradas suas tentativas de atrair PRP e PRTB para compor sua chapa, deputado diz que advogada ‘volta ao radar’

- Leonencio Nossa / BRASÍLIA

O pré-candidato do PSL ao Planalto, deputado Jair Bolsonaro (RJ), afirmou ontem ao Estado que a professora e advogada Janaina Paschoal, filiada ao seu partido, voltou a ser uma possibilid­ade de nome para vice de sua chapa. “Ela volta ao radar, pois está no nosso partido e tem muito a contribuir”, disse.

“Precisamos avaliar as afinidades dela com nossas propostas, como a questão da redução da maioridade e do porte de armas”, completou o deputado. “Avaliamos que ela pode contribuir numa campanha à Presidênci­a. Não podemos errar, temos que construir uma candidatur­a diferente das que estão aí.”

Bolsonaro mudou de opinião um dia depois de afirmar que Janaina não seria sua vice, mas candidata a deputado estadual. Em conversa com o deputado Major Olympio (PSL-SP), Janaina chegou a acertar uma candidatur­a à Assembleia Legislativ­a de São Paulo. “Ela saiu do radar da discussão sobre o posto de vice”, disse Bolsonaro anteontem ao Estado.

No mesmo dia, no início da manhã, Janaina afirmou durante entrevista à Rádio Eldorado que não havia recebido convite para compor a chapa de Bolsonaro. A advogada, no entanto, deu sinais de que aceitaria o pedido ao dizer: “Se essa dupla acontecer, será para revolucion­ar o País”.

General. Na tarde de anteontem, Bolsonaro deu outro sinal em direção contrária à de Janaina ao anunciar, em evento na cidade de Rio Verde, em Goiás, que “com certeza” seu vice seria um general da reserva do Exército. Sua opção passou a ser o general Hamilton Mourão (PRTB) depois de tentar negociar uma aliança com o PRP para ter o general Augusto Heleno Ribeiro na sua chapa como vice.

A presidênci­a do PRTB, no entanto, se colocou como um entrave à composição. O presidente do PRTB, Levy Fidelix, disse que a legenda busca alianças com pequenos partidos para garantir a presença do general Mourão numa chapa presidenci­al. “Vamos conversar com o general para avaliar a viabilidad­e”, afirmou.

Fidelix disse que ainda não foi procurado diretament­e por Bolsonaro e não pode falar por “hipótese” de uma aliança com o ex-capitão do Exército. E mandou recado de que não conversa com intermediá­rios. “Aqui a gente faz uma política macro. É preciso chegar e dizer: ‘Fidelix, meu amigo, pá-pá-pá...”

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