O Estado de S. Paulo

A confiança do empresaria­do continua baixa

-

A greve dos caminhonei­ros está tendo um efeito prolongado sobre o ânimo do empresaria­do. Ouvidos há pouco por pesquisado­res das entidades que os representa­m nacionalme­nte, empresário­s da indústria e do comércio deram indicações de que ainda não veem solução para problemas gerados pela paralisaçã­o dos transporte­s de cargas na segunda quinzena de maio e, por isso, estão pouco confiantes.

O Índice de Confiança do Empresário Industrial(Icei) de julho divulgado pela Confederaç­ão Nacional da Indústria (CNI) mostrou recuperaçã­o em relação ao mês anterior, mas insuficien­te para compensar perdas anteriores. Em junho, o índice havia caído 5,9 pontos, pois muitas indústrias tiveram de interrompe­r suas atividades por falta de componente­s e insumos em razão da greve dos caminhonei­ros. O índice subiu 0,6 ponto em julho, mas ficou em 50,2 pontos, nível pouco superior à linha divisória (50) que divide a confiança da falta de confiança e quase 4 pontos abaixo da média histórica de 54,1 pontos. O Icei mais baixo de julho foi registrado na Região Sudeste, a mais industrial­izada do País e, por isso, a mais afetada pela greve.

Mesmo passado mais de um mês desde o fim da paralisaçã­o dos caminhonei­ros, o empresário industrial continua inseguro. Consequênc­ias tardias da greve – especialme­nte o tabelament­o do frete rodoviário, cujos efeitos sobre os custos de produção e sobre os índices de preços ainda são desconheci­dos – geram incertezas no setor industrial.

Já a Pesquisa Nacional CNC, da Confederaç­ão Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostrou que o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) caiu 4,3% em julho, a maior redução desde agosto de 2015. O Icec ficou em 103,9 pontos, ainda no campo positivo, mas no menor nível desde agosto de 2017.

A decepção com as condições atuais da economia e o pessimismo quanto ao cresciment­o no futuro próximo foram determinan­tes para a perda de confiança. O componente do Icec que mede as expectativ­as dos empresário­s do comércio registrou em julho a primeira queda na comparação anual desde maio de 2016, no auge da crise política que levou ao impeachmen­t de Dilma Rousseff. Para sete em cada dez empresário­s do comércio ouvidos na pesquisa, a economia piorou.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil