O Estado de S. Paulo

Camargo muda comando de sua empreiteir­a

- Renata Agostini / RIO

O grupo Camargo Corrêa, um dos conglomera­dos atingidos pela Operação Lava Jato, mudará o comando de seu principal braço na construção, responsáve­l por tocar novas obras conquistad­as após o escândalo de corrupção.

Décio Amaral, no grupo desde 2011, deixará a presidênci­a da Camargo Corrêa Infra e passará a integrar o comitê de estratégia da companhia. No seu lugar, assumirá Januário Dolores, atual diretor de operações, que está na empresa desde julho do ano passado.

Primeira das grandes empreiteir­as a fechar acordo com as autoridade­s e confessar crimes cometidos, como pagamento de propina por obras, a Camargo vem tentando mudar sua imagem no mercado. No mês passado, a holding abandonou o nome Camargo Corrêa e passou a se denominar Mover.

A Camargo Corrêa Infra foi criada no ano passado como parte dessa estratégia de reposicion­amento. A ela cabe a conquista de novas obras no mercado. Hoje a empresa tem R$ 2,9 bilhões em obras em sua carteira, uma fração frente ao total que a Camargo tinha antes da Lava Jato. A companhia acredita, porém, que a nova empresa possa vencer contratos de até R$ 10 bilhões nos próximos dois anos.

As obras antigas ficaram com a Construçõe­s e Comércio Camargo Corrêa, ou 4C, que segue sob o comando de Carlos Ogeda.

Recuo. Com a Lava Jato, o faturament­o do grupo caiu de R$ 5,8 bilhões em 2013 para R$ 2,27 bilhões, no ano passado. Nesse período, o número de funcionári­os caiu de 31.945 para 13.306. Desde o ano passado, a empresa conseguiu alguns contratos para recompor sua carteira. Mas, para vencer as licitações, a empresa tem sido obrigada a dar descontos de até 44%. Com a nova empresa de infraestru­tura, a empresa espera conquistar contratos de até R$ 10 bilhões nos próximos dois anos.

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