Economia da ilha cresce abaixo do esperado
A economia de Cuba cresceu menos que o esperado no primeiro semestre e a crise de liquidez levará ao aperto do cinto, alertou ontem o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, no encerramento da Assembleia Nacional, que debateu mudanças na Constituição cubana.
A nova Carta buscará manter o sistema socialista de partido único de Cuba, mas instituirá uma maior reorganização do governo e abrirá caminho para o reconhecimento das empresas privadas e dos direitos dos homossexuais. Essas mudanças agora serão debatidas publicamente até novembro antes de serem aprovadas em referendo.
O governo também está tentando fazer mudanças em sua economia ao estilo soviético, com o objetivo de criar um socialismo “próspero e sustentável”.
Desde que os preços do petróleo caíram em 2014 e a Venezuela – o maior aliado da ilha – começou a enfrentar uma grave crise econômica e falta de divisas, Caracas passou a enviar cada vez menos petróleo subsidiado ao regime cubano.
A economia cresceu 1,1% durante o primeiro semestre e 1,6% no ano passado. O governo cubano disse que necessita de um crescimento anual de 7% para se recuperar do colapso de 1991 da União Soviética – de quem dependia para enfrentar o embargo dos EUA – e mais recentemente da crise na Venezuela.
A queda nas receitas levou Cuba a adiar o pagamento a vários fornecedores e parceiros de joint-ventures nos últimos dois anos, admite o governo.
Díaz-Canel pediu ontem ao país que trabalhe duro para melhorar a economia e “gradualmente restabelecer a credibilidade econômica do país”. Economistas cubanos estimam que a economia do país precisa de um crescimento anual de 3% para não quebrar. “A situação financeira permanece tensa, forçando a adoção de medidas adicionais para controlar os recursos no segundo semestre”, disse Díaz-Canel, citando o mau tempo, uma queda no turismo e nos ganhos de exportação.
O presidente cubano também pediu ao governo e à população que combatam a atividade de mercado negro.