Empresa critica promotoria
Confusão na eleição
Dia 3 de fevereiro, Andrés Sanchez foi eleito presidente do Corinthians pelos próximos dois anos. Revoltados com o resultado, torcedores criaram confusão no Parque São Jorge e tentaram agredir o dirigente, que precisou se esconder no banheiro.
Paulo Garcia vê fraude
Dias depois da eleição, o candidato Paulo Garcia entrou com uma ação criminal na Justiça alegando suposta fraude na eleição. A polícia civil instaurou inquérito e a Justiça determinou a apreensão de computadores que foram utilizados no pleito.
Ministério Público de olho
Há pouco mais de uma semana, o Ministério Público se manifestou e, baseado em três perícias que apontaram falha de segurança na eleição corintiana, disse não ser possível assegurar a idoneidade do pleito. A Telemeeting Brasil, empresa responsável pelo sistema de segurança e votação da eleição do Corinthians, se manifestou através de seu advogado e deixou clara a irritação com a postura da promotoria pública, que teria “tomado partido” no caso. “Estou achando estranho o promotor (Paulo Castilho) tomar partido. Ele tem falado de falta de idoneidade, baseando-se em um laudo realizado a pedido do Paulo Garcia, que foi candidato. A Telemeeting não colocou perito no caso e tanto o Conselho do Corinthians quanto o instituto de criminalista fizeram um laudo e ambos deram negativo”, diz o advogado da empresa, Denis Ricardo Rodrigues.
No dia 27 de agosto está prevista uma audiência para o Ministério Público ouvir funcionários da Telemeeting Brasil. Oficialmente, a empresa nega qualquer interesse em fazer acordo por entender que não houve nada que apontasse uma fraude.
O advogado minimiza também as declarações da promotoria de que a suspeita de fraude pode ser algo que cause danos para a população, já que envolve um dos maiores clubes do Brasil. “Estamos falando de uma eleição em que votaram sócios de um clube. Foram alguns milhares de votantes e não uma nação. É um exagero dizer que é algo que envolva o País.”
Outra questão alegada pela empresa é que a confusão generalizada ao fim da eleição, quando torcedores invadiram o local onde estavam as urnas e ocorreu a votação, no ginásio do Parque São Jorge, fez com que alguns papéis com a senha que comprovava o voto fossem perdidos na bagunça. “Já fizemos eleição em vários outros clubes e temos um histórico nessa área. Estamos conscientes de que tudo foi feito dentro da lei, por isso estamos tranquilos no caso da eleição no Corinthians”, atesta o advogado.