O Estado de S. Paulo

México apela a Trump para salvar Nafta

Em carta ao líder americano, presidente eleito pede busca de ‘caminho comum’ entre as nações

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Em uma carta de tom conciliató­rio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador, disse estar pronto para iniciar uma nova etapa nas relações os EUA e o México, com o objetivo de buscar um “caminho comum” em temas de conflito, como comércio, migração, desenvolvi­mento econômico e segurança.

“Está tudo pronto para começar um novo estágio na relação de nossas sociedades com base na cooperação e prosperida­de”, disse López Obrador na carta, que foi inicialmen­te revelada pelo The Wall Street Journal. O documento foi entregue a uma delegação de autoridade­s do governo norte-americano que visitou a Cidade do México, em 13 de julho, e se reuniu com o presidente eleito.

A carta foi divulgada ontem, dias antes de EUA, México e Canadá reiniciare­m a renegociaç­ão do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês). Um representa­nte de López Obrador se juntará à comitiva mexicana a Washington na próxima quinta-feira.

O presidente escreveu a Trump que “vale a pena fazer um esforço para concluir a renegociaç­ão do Acordo de Livre Comércio da América do Norte”. Argumentou ainda que uma incerteza prolongada pode retardar o investimen­to a médio e longo prazos, o que poderia impedir o plano de López Obrador de estimular o cresciment­o econômico por meio de mais projetos de infraestru­tura.

Imigração. A carta, que inclui uma descrição detalhada da plataforma do novo governo mexicano, também propõe a criação de um plano de desenvolvi­mento que inclua os países da América Central, em um esforço para conter o fluxo de migrantes em direção ao norte.

O presidente eleito propôs que 75% dos recursos econômicos disponívei­s para o plano sejam usados para criar empregos no México e na América Central e 25%, para fortalecer a segurança nas fronteiras.

López Obrador venceu a eleição presidenci­al do México em 1.º de julho, com 53% dos votos, e assumirá o cargo em 1º de dezembro. A carta para Trump terminou com uma frase que tenta traçar paralelo entre a carreira política de ambos.

“Sinto-me encorajado pelo fato de que ambos sabemos como cumprir o que prometemos e enfrentamo­s adversidad­es com o sucesso. Conseguimo­s colocar nossos eleitores e cidadãos no centro e deslocar o establishm­ent político”, escreveu.

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MARIO GUZMÁN/EFE Saída. López Obrador: expansão como antídoto à imigração

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