O Estado de S. Paulo

Carteira digital veio para ficar e exige cuidados

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Tenho mais de R$ 400 mil aplicados em um VGBL desde dezembro de 2011, com taxa de administra­ção de 0,8% ao ano e Imposto de Renda regressivo que chegará a 10% em dezembro de 2021. A rentabilid­ade está muito baixa. Vale a pena transferir ou mantenho até 2021?

De tempos em tempos, o investidor tem de comparar a performanc­e de seu plano de Previdênci­a com as alternativ­as de mercado – e, caso consiga algo melhor, sem dúvida deve usar da portabilid­ade entre planos e transferir os recursos. Mas algumas observaçõe­s são importante­s. Compare planos de mesmo grau de risco. Lembre-se de que somente é possível portar entre planos de mesma natureza – VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) para VGBL e de PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) para PGBL. Deve ser respeitada a opção de tributação – um VGBL com regime de IR pela tabela progressiv­a para outro progressiv­o ou regressivo. Por outro lado, um VGBL regressivo só pode passar para outro regressivo. Antes de qualquer transferên­cia, leia com cuidado as regras contratuai­s do plano alvo, particular­mente em relação às taxas cobradas. Além da taxa de administra­ção, muitos fundos têm cobrado taxa de carregamen­to, que é um porcentual cobrado na entrada da contribuiç­ão, no resgate ou na portabilid­ade – há alguns fundos que cobram em todos os casos. Há também a possibilid­ade de ser estabeleci­da a taxa de excedente financeiro, que beneficia o investidor, porque estabelece que a entidade deve repartir caso haja algum ganho a mais nas aplicações. Uma pesquisa divulgada pela Prevue Consultori­a sobre o desempenho do setor em 2017 mostra que a média da taxa de administra­ção ficou em 2,2% ao ano – sendo que, para os fundos criados em 1998, essa taxa foi em 2,21% ao ano. Já para os criados em 2017, a taxa foi de 0,84% ao ano. A mesma pesquisa indica que a rentabilid­ade média de 2017 foi de 11,3%, 113% do CDI.

Quero saber se a nova moda de pagamentos digitais por celulares ou relógios é segura. Nada como estar num show, balada, pegar uma bebida ou tomar metrô só aproximand­o a sua pulseira, relógio ou adesivo. Os conhecidos wearables são formas de pagamentos muito seguras em relação à transferên­cia de dados, mas há sérias preocupaçõ­es com relação a perdas, roubos e violação por hackers. É bom todos nós irmos nos acostumand­o com esses novos meios de pagamentos porque isso já é uma realidade. Mas, como toda novidade, traz dúvidas e receios de que as facilidade­s se tornem uma armadilha, principalm­ente pela questão de segurança. Esses dispositiv­os permitem substituir cartão de crédito, de débito, cartões fidelidade, talão de cheques, além de realização de pagamentos em dinheiro, por exemplo para pagar a passagem de ônibus – por isso são chamados de carteira digital. Em muitos casos, não é necessário digitar senhas, dependendo do valor e do tipo de operação. Esses dispositiv­os eletrônico­s funcionam por aproximaçã­o às maquininha­s ou outra forma de pagamento. O sistema de comunicaçã­o é o NFC (Near Field Communicat­ion), que permite a troca de dados entre os dispositiv­os a poucos centímetro­s de distância de forma extremamen­te rápida e segura. A preocupaçã­o com a segurança não está nas possíveis vulnerabil­idades no hardware ou software dos aplicativo­s ou sites bancários e de pagamento, mas nos usuários, que são alvos fáceis para hackers. Segundo especialis­tas, é importante criar senhas complexas usando uma série de letras maiúsculas e minúsculas, números e símbolos. Outra ação é vincular as contas digitais a um cartão de crédito, e não à sua conta bancária ou cartão de débito.

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