‘Glow’ volta melhor no segundo ano
Asegunda temporada de Glow – com todos os seus 10 episódios já disponíveis na Netflix – aprofunda e dá complexidade aos personagens apresentados em 2017. A série acompanha a produção de um programa de TV de luta livre (wrestling) feminina nos anos 1980, mas o cerne real é investigar as relações entre o grupo diverso de mulheres que compõe o elenco. Os ares de Orange Is The New Black não são coincidência: as criadoras de Glow, Liz Flahive e Carly Mensch, também trabalharam juntas na série, e Jenji Kohan, a criadora de OITNB,é produtora executiva de Glow. A segunda temporada começa quando o programa de lutas passa a atrair alguma atenção na rede de TV local, e vai tocar em assuntos tão contemporâneos quanto o assédio sexual de produtores e executivos. Diversidade e representatividade são claramente traços importantes de Glow, e a série consegue discutir as questões com alguma profundidade. Quando a protagonista Ruth Wilder (Alison Brie, de Mad Men e Community) é assediada por um produtor de uma rede de TV num quarto de hotel, a personagem Debbie Eagan (Betty Gilpin) a repreende por não ter se aproveitado da oportunidade a favor do show – o confronto entre as duas ao longo dos novos episódios se desenvolve para além da traição da primeira temporada, algo inexplicada, quando Ruth faz sexo com o marido de Debbie. Ao mesmo tempo, elas também se empoderam: Debbie “força” sua entrada como produtora do programa, e Ruth se arrisca na direção. Outro personagem que cresce é o diretor Sam Sylvia (sempre bem interpretado por Marc Maron). O que ocorre entre ele e Ruth, e entre ele e a filha Justine, rendem vários dos melhores momentos da temporada. /Guilherme Sobota