O Estado de S. Paulo

Golfe começa corrida olímpica

O circuito profission­al PGA Tour da América Latina vai somar pontos para o ranking olímpico em duas etapas no Brasil

- Gonçalo Junior

O mês de julho marcou o início da corrida olímpica do golfe. A partir de agora, as competiçõe­s profission­ais valem pontos para o ranking olímpico, que vai definir os competidor­es dos Jogos de Tóquio2020. Para os brasileiro­s, a disputa começa oficialmen­te no mês de setembro, quando o País vai receber duas etapas do PGA Tour Latinoamer­ica, o principal circuito profission­al do continente.

Cada país pode ter até quatro competidor­es na Olimpíada: dois no masculino e dois no feminino. As regras de pontuação são parecidas com as do tênis, por exemplo: alguns torneios geram mais pontos que outros. Por isso, os atletas têm de montar uma estratégia e definir as competiçõe­s prioritári­as.

Os torneios que fornecem mais pontos são o PGA Tour, disputado nos Estados Unidos, o Web.com Tour e, em seguida, os torneios divididos por regiões, como o PGA Tour da América Latina, por exemplo.

Nos Jogos do Rio, quando voltou a ser disputado depois de ausência de 112 anos, o golfe não conseguiu atrair os principais atletas do ranking. Ao todo foram cinco desistênci­as, entre elas, o australian­o Jason Day, então líder do ranking mundial, e o irlandês Rory McIlroy, ganhador de quatro títulos de majors do golfe. Todos anunciaram a desistênci­a por temor ao vírus zika e citaram a família como prioridade. O vírus está associado ao nascimento de crianças com problemas de má-formação congênita.

O único brasileiro na disputa masculina foi Adilson da Silva, que terminou na 40ª colocação. Na disputa feminina, o Brasil foi representa­do por Victoria Lovelady e Miriam Nagl, que terminaram em 22º lugar.

À época, especialis­tas afirmaram que a doença era apenas um pretexto para os jogadores que não desejavam disputar o torneio. A falta de premiações em dinheiro e o longo hiato nos Jogos seriam as razões verdadeira­s da ausência.

O brasileiro Rodrigo Lee, 27º no ranking da PGA Latinoamer­ica, afirma que o cenário mudou para Tóquio. “A Olimpíada é um evento que atrai os competidor­es. Seria uma honra poder representa­r o Brasil”, diz Lee.

Euclides Gusi, presidente da Confederaç­ão Brasileira de Golfe, afirma que o tênis também teve dificuldad­es quando retornou aos Jogos em 1998. “As resistênci­as são naturais no iníco. A adesão será maior”, prevê.

É a primeira vez que o Brasil recebe duas etapas do circuito. O São Paulo Golf Club Championsh­ip será realizado entre os dias 10 e 16 de setembro no São Paulo Golf Club. Já o 65º JHSF Aberto do Brasil será entre 17 e 23 de setembro na Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz. “Os eventos vão além da competição em si e representa­m uma grande oportunida­de para criar pilares para o desenvolvi­mento do golfe no Brasil”, avalia Cristina Vanderbeck, diretora do PGA Tour Latinoamer­ica.

A temporada começou em março com nove eventos em sete países na primeira metade da temporada: Guatemala, Mexico, Argentina, Costa Rica, República Dominicana, Jamaica e Equador. O americano Tyson Alexander é o número um da disputa. Os cinco melhores são classifica­dos para a temporada 2019 do Web.com Tour.

Rodrigo Lee GOLFISTA BRASILEIRO “A Olimpíada atrai os jogadores de golpe. Quando falam do Justin Rose, sempre citam o ouro no Rio. Seria uma honra representa­r meu País no golfe”

 ?? ANDREW BOYERS/REUTERS ?? 40º lugar. Adilson da Silva foi o único brasileiro no golfe masculino nos Jogos do Rio. Hoje, ele é o 435º no mundo
ANDREW BOYERS/REUTERS 40º lugar. Adilson da Silva foi o único brasileiro no golfe masculino nos Jogos do Rio. Hoje, ele é o 435º no mundo

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