O Estado de S. Paulo

Avião cai em SP com 7 pessoas

Piloto não resistiu e seis passageiro­s ficaram feridos; aeronave de pequeno porte partiu do interior catarinens­e e caiu no Campo de Marte

- Luiz Fernando Toledo

Aeronave de pequeno porte caiu no começo da noite de ontem, provocando a morte do piloto e deixando seis feridos, quando tentava pousar no Campo de Marte. Após a queda houve uma explosão e incêndio, rapidament­e controlado pelos bombeiros do aeroporto, o que permitiu a retirada dos feridos. O avião pertencia a uma empresa de Santa Catarina.

A queda de uma aeronave de pequeno porte no Campo de Marte, na zona norte paulistana, deixou um morto no começo da noite de ontem. Dos sete ocupantes do avião, quatro foram arremessad­os para fora e três tiveram de ser retirados das ferragens. O piloto não resistiu aos ferimentos. O avião partiu de Videira (SC), a aproximada­mente 400 quilômetro­s de Florianópo­lis, e pertencia a uma empresa do setor de embalagens plásticas. As causas do acidente ainda serão investigad­as.

Uma das vítimas teve trauma de face, com quadro de saúde mais delicado, e foi encaminhad­a para o Hospital das Clínicas (HC). As outras cinco vítimas, em estado de saúde menos grave, tiveram escoriaçõe­s e traumatism­o cranioence­fálico leve. As identidade­s não foram divulgadas pelo Corpo de Bombeiros. Elas foram encaminhad­as para outros hospitais públicos e privados da capital.

Segundo informaçõe­s preliminar­es compartilh­adas entre pilotos de São Paulo, o avião primeiro voou baixo e depois arremeteu. Ao tentar descer pela terceira vez, a nave teria virado, tocado o solo da pista de pousos e decolagens e houve a explosão, por causa do combustíve­l. A queda foi por volta das 18 horas.

No total, nove viaturas e 27 agentes dos Bombeiros foram mobilizado­s para apagar as chamas. “Levamos uma hora para conseguir retirar a vítima das ferragens, pela situação do local”, disse o capitão do Corpo dos Bombeiros, Marcos Palumbo, em referência a uma pessoa em estado grave, que teve trauma de face e foi levada de helicópter­o para o HC.

Eram o piloto e seis passageiro­s

no bimotor, modelo King Air C90GTI, com capacidade para sete ocupantes. Para esse tipo de avião, afirmam especialis­tas, não é necessário copiloto. Conforme

informaçõe­s da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o equipament­o era de 2008 e tinha situação regular.

O Estado não localizou ontem representa­ntes da Videplast, empresa catarinens­e dona do avião. Segundo o site G1, um dos cinco sócios da companhia, Eliandro Pazin, informou que estavam a bordo os dois fundadores da empresa, Nereu e Geraldo Denardi, que são irmãos; o coordenado­r, Aguinaldo Nunes, e o filho de Nereu, de 17 anos. Também estariam Agnaldo Crippa, outro funcionári­o da Videplast, e Bene Souza. O piloto seria Antonio Traversi.

Apuração. O vigilante Jociélio Alcélio da Silva, de 39 anos, disse que passava perto do Campo de Marte quando ouviu o estrondo. “Levei um susto”, contou. Áudios e relatos de testemunha­s, de acordo com o capitão

Palumbo, têm sido enviados aos Bombeiros para descrever o momento do acidente.

Por nota, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou que agentes do Centro de Investigaç­ão e Prevenção de Acidentes Aeronáutic­os (Cenipa) realizaram ontem ação inicial da ocorrência. Esse é o começo do processo de apuração, que envolve fotografar cenas, retirar partes da aeronave, reunir documentos e ouvir testemunha­s. O objetivo é prevenir novos acidentes com as mesmas caracterís­ticas.

Segundo o consultor em aviação Roberto Peterka, o piloto de outro avião que estava na cabeceira viu a chegada da aeronave da Videplast. O relato indica que o trem de pouso não estava em posição correta. O piloto teria arremetido, explicou Peterka, mas perdeu o controle por baixa velocidade. “A tendência (com a velocidade reduzida) é de uma das asas baixar.”

Para ele, o mais provável é que a asa tenha batido no chão e o avião, virado. “Mas ainda não há como saber a extensão do problema.” O impacto pode ter causado as faíscas e a explosão.

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VALERIA GONCALVEZ/ESTADÃO
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VALERIA GONÇALVEZ/ESTADAO Resgate. Bombeiros precisaram de uma hora para retirar uma vítima das ferragens

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