Fórum dos Leitores
ELEIÇÕES 2018 Arrecadação
Vaquinha da eleição não chega a 1% do teto (Estado, 31/7, A8). Esta manchete no jornal de ontem mostra claramente o que o eleitorado pensa dos atuais candidatos: valem no máximo 1% do que julgam valer.
LAZAR KRYM lkrym@terra.com.br
Sao Paulo
Oferta ruim
Assustador o quadro de candidatos ao Planalto nas eleições deste ano: um está preso em regime fechado, condenado a mais de 12 anos por crime de corrupção e lavagem de dinheiro; outro, para tentar decolar, encheu seu teco-teco com integrantes do centrão, grupo que tem entre seus chefes de cabine ninguém mais, ninguém menos do que Valdemar Costa Neto, controverso ex-deputado, condenado no mensalão. Outro candidato é militar da reserva, deputado no sétimo mandato pelo Estado do Rio de Janeiro – há anos em situação caótica pela falta de segurança – e ciente de seu total desconhecimento de setores fundamentais para a retomada do crescimento do País, o que de fato ficou explícito em sua entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na segunda-feira. Também não poderia deixar de mencionar aquele sujeito que anda muito nervoso, fazendo colocações esdrúxulas e sonhando com a cadeira de juízes como Sérgio Moro para, se eleito, libertar Lula da prisão. E temos, ainda, a senhora do Acre que gosta de uma burocracia, ex-militante do PT, mas que na última eleição se juntou a Aécio Neves (PSDB), e uma garota do Sul sobre quem não vale comentar nada. As-sus-ta-dor!
EDUARDO FOZ DE MACEDO efozmacedo@gmail.com
São Paulo
Candidato controverso
O fenômeno Jair Bolsonaro é, no mínimo, intrigante: como é que surge e se mantém em primeiro lugar na pesquisa eleitoral (sem Lula) um candidato cuja íntegra do discurso belicista sabidamente contempla apenas pequena parcela da sociedade? Pelo perfil do eleitor deste candidato, trazido por Eliane Cantanhêde na coluna Alckmin versus Bolsonaro (29/7, A6), vê-se que a conta não fecha. Se pensarmos que aproximadamente 30% dos eleitores são analfabetos ou semianalfabetos, que 93% da população não tem nível superior e que o eleitorado brasileiro é majoritariamente feminino (52,5%) – este o público que não coaduna com a postura extremista de Bolsonaro –, de onde sai tanto eleitor do controverso candidato? Mais: de cada 100 assassinatos no País, 71 mortos são pobres, negros e periféricos. Assim, com a classe trabalhadora proletária representando o maior coeficiente de eleitores, não parece haver coerência em crer que esta classe, vítima da ação e omissão do Estado, seja capaz de votar num candidato cujo catecismo reza repressão e violência justamente contra essa população. A pesquisa eleitoral é um mistério.
MÁRCIO SIMÕES DA SILVA msimoespiv@gmail.com
São Vicente
‘Alckmin versus Bolsonaro’
Excelente o texto Alckmin versus Bolsonaro, de Eliane Cantanhêde, no Estadão de domingo. Análise brilhante e corretíssima. Ela apenas deixou de lembrar que nesta reta final de campanha Geraldo Alckmin pode atacar fortemente as redes sociais, porque tem verba partidária diferenciada para atuar estrategicamente dentro de todas elas. Já Bolsonaro não tem o que fazer para conquistar mais espaço de TV e rádio. Sem contar que, com dez partidos políticos coligados, Alckmin também ganha uma excelente capilaridade em todos os rincões do País, por intermédio dos inúmeros candidatos a cargos eletivos e dos cabos eleitorais e voluntários dessas siglas.
FAUSTO GUARITÁ SABINO faustosabino50@hotmail.com
São Paulo
JUSTIÇA A eleição e o STF
De todos os presidenciáveis que se manifestaram sobre sistemas alternativos para a indicação dos membros do Supremo Tribunal Federal (STF), na matéria veiculada no Estadão de terçafeira (Candidatos querem mudar funcionamento do STF, página A4), nenhum deles se lembrou de que é preciso dar efetividade à principal característica já prevista pela Constituição federal na escolha de um novo ministro daquela Corte: ser pessoa com “notável saber jurídico e reputação ilibada”.
JOSÉ WILSON DE LIMA COSTA jwlcosta@bol.com.br
São Paulo
HÉLIO BICUDO 1922-2018
Hélio Pereira Bicudo foi um dos homens de maior coragem que o Brasil já teve. Como jurista, combateu o Esquadrão da Morte, organização criminosa que atuava nos anos 70 em São Paulo. Foi um dos criadores do Partido dos Trabalhadores (PT), acreditando que poderia mudar o modo de fazer política no País. Como político, teve dois mandatos de deputado federal consecutivos por São Paulo e foi vice-prefeito da capital paulista de 2001 a 2005, e saiu da Prefeitura sem máculas – coisa rara entre nossos políticos. Com sua lucidez e coragem, rompeu com o partido que ajudou a criar e se
tornou crítico do modus operandi do PT, ajudando a redigir a peça que culminou com o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Uma voz sempre firme em defesa da democracia, Hélio Bicudo foi um homem da lei. O Brasil deve muito a ele.
LUIZ THADEU NUNES E SILVA
luiz.thadeu@uol.com.br São Luís
ECONOMIA Custo Brasil
Foi noticiado ontem pelo Estado que produtos feitos no Brasil chegam a custar 30% mais do que na Alemanha e nos Estados Unidos, segundo estudo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Isso é um absurdo, já que em média o trabalhador brasileiro ganha menos de 20% do salário de alemães e americanos. Somos um país com salários de Terceiro Mundo e preços mais altos que aqueles de Primeiro Mundo. Realmente, existe algo de muito errado com o nosso país. Urge realizar as reformas estruturais, pela redução dos custos de produção.
PAULO DE TARSO ABRÃO
ptabrao@uol.com.br São Paulo
Crescimento travado
O produto brasileiro, de tão caro, na maioria das vezes fica fora da competição internacional. E o custo Brasil é o responsável pelo seu tão alto preço. Carga tributária, direitos trabalhistas, burocracia estatal e outros fatores importantes fazem com que dezenas de empresários brasileiros transfiram a sua produção para outros países, inclusive para os vizinhos Argentina e Uruguai. Como, então, desejar que o País deslanche, cresça e crie mais empregos?
JOSÉ C. DE CARVALHO CARNEIRO carneirojc@ig.com.br
Rio Claro
NEY JOSÉ PEREIRA / SÃO PAULO, SOBRE A MORTE DO JURISTA HÉLIO BICUDO neyjosepereira@yahoo.com.br CARLOS A. IDOETA / SANTANA DE PARNAÍBA, IDEM carlosidoeta@yahoo.com.br
“Hélio Pereira Bicudo enfrentou na ditadura o Esquadrão da Morte. Na democracia, enfrentou o esquadrão da corrupção”
“Hélio Bicudo partiu. Não se calou, não se vendeu. Que descanse em paz”