Brasil já tem 822 casos confirmados de sarampo.
Há ainda 5 mortes e 3.831 relatos sob investigação; campanha nacional de vacinação contra a doença e a poliomielite foi lançada ontem
O número de casos confirmados de sarampo no País em 2018 chegou a 822 – eram 667 no dia 18. Conforme os dados até 25 de julho, divulgados ontem pelo Ministério da Saúde, há cinco óbitos e o Estado do Amazonas ainda lidera em número de casos (519).
O balanço foi apresentado pelo ministro Gilberto Occhi no lançamento da campanha nacional de vacinação contra o sarampo e a poliomielite. O mutirão tem como foco crianças com mais de 1 ano e menores de 5 anos e vai ocorrer entre os dias 6 e 31 – em São Paulo, já haverá imunização neste sábado. A meta é imunizar mais de 11,2 milhões de crianças no País.
“Os casos de sarampo e de pólio foram banidos há alguns anos e houve a queda da cobertura vacinal. As possíveis causas são o sucesso da vacina, que faz com que as doenças desaparecessem, o desconhecimento individual sobre o benefício da vacina e o horário de funcionamento das unidades de saúde, que é incompatível com as atividades das famílias. O quarto item são as notícias falsas”, disse o ministro. No caso da primeira dose contra sarampo, a cobertura vacinal passou de 102,3% (2011) para 85,2% (2017). A segunda dose passou de 92,8% (2014) para 69,9% (2017).
No País, há ainda 3.831 casos de sarampo em investigação. Depois do Amazonas, o Estado com mais casos é Roraima, com 272 registros. Segundo o ministério, também foram confirmados casos da doença em São Paulo, Rondônia, Rio Grande do Sul, Rio e Pará. Dos cinco óbitos, quatro foram em Roraima, sendo três de estrangeiros, e um no Amazonas.
Em relação à pólio, não são registrados casos no Brasil desde 1989. “No mundo inteiro, estamos identificando três países que ainda têm a doença: Afeganistão, Nigéria e Paquistão”, observou Occhi. “Não temos a identificação da circulação da pólio no Brasil, mas temos baixa cobertura vacinal”, comentou. Segundo ele, em 2011, a cobertura contra a poliomielite era de 101,3% e caiu para 78,4% no ano passado.
Campanha. Mesmo crianças que já tomaram as doses das vacinas contra sarampo e poliomielite vão precisar participar da ação. “É o momento de chamar todas e criar uma barreira sanitária. As crianças podem não responder ao esquema e dar um reforço adicional corrige essas falhas”, explica Carla Domingues, coordenadora-geral do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Segundo ela, não existe um intervalo mínimo entre as doses contra a poliomielite. A segunda dose contra o sarampo deve ser tomada seguindo a rotina de imunização, com um intervalo de três meses. O investimento para a campanha foi de R$ 160,7 milhões para a aquisição de 28,3 milhões de doses.
O esquema vacinal para pólio é composto por três doses administradas aos 2, 4 e 6 meses, sendo necessários dois reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade. Já a imunização contra o sarampo é feita por meio da vacina tríplice viral, que protege também contra rubéola e caxumba. O esquema vacinal é de uma dose aos 12 meses, com reforço aos 15 meses.