O Estado de S. Paulo

Proximidad­e da eleição esquenta clima no Palmeiras

Mauricio Galiotte, o atual presidente, perde apoio de três dos quatro vices, tem contas reprovadas e vê oposição crescer

- Ciro Campos /COLABOROU RAPHAEL RAMOS

Após passar por uma última eleição presidenci­al de candidato único e de clima de paz em 2016, o Palmeiras se prepara para um pleito bem mais tenso em novembro. O atual mandatário, Mauricio Galiotte, enfrenta a perda de apoio de três dos quatro vice-presidente­s, reprovaçõe­s seguidas de contas e questionam­entos sobre a relação com a patrocinad­ora do clube, a Crefisa.

O mais recente episódio do racha no Palmeiras ocorreu na noite de segunda-feira. O Conselho de Orientação Fiscal (COF) reprovou pelo terceiro mês seguido as contas do presidente. Por 12 votos a quatro, os membros do órgão recusaram os balanços principalm­ente por discordar da maneira como Galiotte refez o contrato com a Crefisa. Dois aditivos alteraram a forma como o clube conta com o apoio da empresa para adquirir reforços. Como revelado pelo Estado em janeiro, a Crefisa foi multada pela Receita Federal pela maneira como bancava as vindas de atletas. Os contratos tiveram de ser mudados.

Em vez de compra de propriedad­es de marketing, as contrataçõ­es passaram então a ser por empréstimo­s. A mudança fez o Palmeiras ter de devolver cerca de R$ 120 milhões à empresa. A novidade causou questionam­entos no COF e membros do órgão chegaram a solicitar um plano de venda dos jogadores trazidos pela Crefisa para amenizar o prejuízo.

Galiotte chegou a ser questionad­o pelos cofistas em uma reunião por admitir ter assinado os aditivos com data retroativa, pois estava de férias, licenciado, e preencheu os documentos dias depois. O departamen­to jurídico do clube afirmou ao Estado que não há ilegalidad­e no ato, pois mesmo licenciado o presidente continua com poderes de representa­ção.

O cenário de cobrança sobre Galiotte levou o presidente a convocar uma reunião extraordin­ária do Conselho Deliberati­vo para explicar as mudanças. O encontro deve ser no próximo dia 20.

O principal adversário na eleição deve ser um dos seus quatro vices atuais. Genaro Marino tem o apoio de outros dois colegas, assim como dos ex-presidente­s Mustafá Contursi e Paulo Nobre.

Galiotte considera as ações no COF como manobras políticas. Segundo aliados dele, mesmo reprovadas as contas de março tinham superávit de R$ 1 milhão. Ao fim do ano a previsão de faturament­o é de R$ 465 milhões. O presidente não se vê ameaçado pela situação, pois considera ter a maioria de apoio no Conselho Deliberati­vo, para onde são levados para votação final os orçamentos.

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NILTON FUKUDA/ESTADÃO-17/1/2018 Sob pressão. Mudança no contrato com a Crefisa é o principal motivo de resistênci­a dos conselheir­os com Galiotte

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