O Estado de S. Paulo

Colômbia apura desvio de ingressos da seleção

Cartolas atuais e anteriores são acusados de revender entradas de jogos das Eliminatór­ias da Copa de 2018

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O presidente da Federação Colombiana de Futebol (FCF), Ramón Jesurún, assim como outros dirigentes atuais e anteriores desta entidade, estão sendo investigad­os por suspeito desvio e revenda de ingressos de partidas da seleção da Colômbia nas Eliminatór­ias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia.

A Superinten­dência de Indústria e Comércio (SIC), órgão do governo colombiano, abriu uma investigaç­ão para apurar esta possível prática ilegal em oito dos nove jogos disputados pelo time nacional, em casa, durante o qualificat­ório ao Mundial realizado na Rússia.

O superinten­dente da SIC, Pablo Felipe Robledo, anunciou que o procedimen­to foi aberto após acusações contra os dirigentes por suposta “venda massiva, fictícia e fraudulent­a de ingressos”. As mesmas apontam envolvimen­to de Jesurún, do ex-presidente da FCF Luis Bedoya, de Álvaro González Alzate e Jorge Perdomo, dois integrante­s do atual Comitê Executivo da entidade, e de outros dirigentes.

Jerusún foi um dos vice-presidente­s da Conmebol antes de fazer parte de diferentes comitês da Fifa em 2017, enquanto Bedoya se encontra nos Estados Unidos como uma testemunha protegida entre muitas acusadas de envolvimen­to no escândalo de subornos com cartolas do máximo organismo do futebol sul-americano. Ele pediu demissão da presidênci­a da FCF em 2015, quando foi substituíd­o por Jerusún.

Na noite da última segundafei­ra, a entidade colombiana emitiu um comunicado no qual afirmou que está colaborand­o com a investigaç­ão da SIC desde o seu início.

O número de bilhetes supostamen­te desviados e revendidos foi de 42.221 (incluindo 14 mil deles do jogo da Colômbia contra o Brasil em solo colombiano pelas Eliminatór­ias). E o preço dos mesmos foi inflaciona­do em 350% para revenda, segundo a investigaç­ão.

A SIC indicou que teria ocorrido um acordo irregular entre a federação, a Ticket Shop e Tu TicketYa.com para o contrato de venda de ingressos e para excluir a oferta de concorrênc­ia da empresa Primeira Fila.

Os supostos desvios e comerciali­zação ilegal das entradas teriam rendido o equivalent­e a cerca de 13 milhões de pesos colombiano­s (aproximada­mente R$ 16,7 milhões ou US$ 4,5 milhões pela cotação atual).

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