O Estado de S. Paulo

Tradings agrícolas vendem R$ 1 bi em crédito vencido

- COM ALTAMIRO SILVA JR.

As gestoras especializ­adas em recuperaçã­o de créditos vencidos e inadimplen­tes estão atraindo novos players para o segmento: as tradings de commoditie­s, que, com estoques elevados, estão se desfazendo de créditos inadimplen­tes. Na mesa, há algumas operações de recebíveis não pagos que somam cerca de R$ 1 bilhão em valor de face. Dentre as empresas que procuram investidor­es no chamado mercado de “crédito podre” estão a gigante americana Monsanto, do grupo alemão Bayer, e também a multinacio­nal Syngenta, da chinesa ChemChina. As tradings de commoditie­s já fizeram venda de recebíveis inadimplen­tes no Brasil, mas de forma pontual. Pesa agora, porém, a crise recente no Brasil que elevou ainda mais o estoque de operações em atraso.

» Imã. A expectativ­a dos investidor­es é de que as tradings, bem como outros players, como varejistas e também bancos médios, passem a ter maior presença neste mercado. Até mesmo porque, o segmento de cessão de empréstimo­s vencidos e inadimplen­tes no Brasil acabou se concentran­do mais nas mãos dos grandes bancos, que desenvolve­ram esta área dentro de casa, com exceção do Bradesco. Procuradas, Monsanto e Syngenta não comentaram.

» Será? A despeito da deterioraç­ão do cenário econômico no País no primeiro semestre, agravado pela greve dos caminhonei­ros, 44% dos empresário­s de varejo esperam que o ambiente melhore na segunda metade deste ano. A conclusão é de estudo da Confederaç­ão Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) que será divulgado hoje, dia 1º, feito em todas as capitais do País. Se considerad­a apenas a região Centro-Oeste, a fatia de otimistas é menor: 27%.

» Pé no chão. No consolidad­o nacional, 38% dos entrevista­dos acreditam que o segundo semestre será igual ao primeiro e apenas 14% estimam um quadro pior da economia brasileira. Outros 4% não souberam responder.

» Esperança. Mas quando se trata do próprio negócio, o otimismo ganha espaço: 55% dos entrevista­dos têm expectativ­a favorável para suas atividades no segundo semestre. O resultado é visto como positivo, consideran­do a primeira metade do ano aquém do esperado. No período, conforme o estudo da CNDL/SPC Brasil, 49% das empresas tiveram de fazer cortes no orçamento, como a demissão de funcionári­os (36%). Além disso, 28% foram obrigadas a reduzir o mix de produtos ou serviços.

» Vamos a La Playa. O inverno, que não foi rigoroso, fez com que a praia fosse o destino mais procurado nas férias escolares do meio do ano para aluguel de temporada, segundo levantamen­to nacional realizado pela área de Classifica­dos do Mercado Livre. O estado de São Paulo foi o mais requisitad­o, registrand­o 75% das visitas. Os destinos mais procurados foram na região foram: Praia Grande (15%), Itanhaém (11%), Guarujá (9%) e Bertioga (7%).

» Rápido e rasteiro. A Legacy, gestora recém-lançada por Felipe Guerra, ex-tesouraria do Santander, e seus ex-colegas do banco, Gustavo Pessoa e Pedro Jobim, além do ex-Gap Asset Management, José Eduardo Araujo, marcou R$ 1 bilhão sob gestão em menos de um mês do lançamento de seu fundo multimerca­do.

» Apetite. O grupo Cruzeiro do Sul Educaciona­l negocia empréstimo de US$ 75 milhões com o Instituto Internacio­nal de Finanças (IFC), braço financeiro do Banco Mundial. O plano da empresa é usar os recursos para financiar investimen­tos e aquisições de faculdades pelos próximos três anos.

» De A a Z. O grupo é um dos maiores do Brasil em educação e tem cerca de 240 mil estudantes matriculad­os, desde o ensino primário até o superior, operando em locais como São Paulo, Paraíba e Brasília. Neste ano, a companhia comprou da gestora de private equity Advent duas faculdades no Rio Grande do Sul.

» Quase IPO. Nos últimos anos, a Cruzeiro do Sul foi cotada para uma abertura de capital no Brasil. A listagem de ações era uma forma de dar saída ao fundo que, até o ano passado, era acionista da empresa, o Actis. O desinvesti­mento acabou ocorrendo, no entanto, com venda de sua fatia para o fundo soberano de Cingapura, o GIC.

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ARND WIEGMANN/REUTERS
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BRENDAN MCDERMID/REUTERS

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