O Estado de S. Paulo

São Paulo lidera recuperaçã­o do crédito a imóveis

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Em junho, o aumento da oferta de crédito imobiliári­o no Estado de São Paulo foi decisivo para a recuperaçã­o dessa modalidade de financiame­nto no País. As operações com mutuários finais e construtor­as baseadas em recursos das cadernetas de poupança se aproximara­m de R$ 5,5 bilhões, mais 44,7% em relação a junho de 2017 e mais 22% em relação a maio deste ano. Entre os primeiros semestres de 2017 e de 2018, o crédito atingiu R$ 25,3 bilhões (+23%).

Junho marcou uma virada, que não deverá ser episódica. Embora não haja termo de comparação entre o período áureo do crédito imobiliári­o registrado até 2014 e o que ocorre agora, a recuperaçã­o começa a ser vista pelos bancos como sinal de que o crédito habitacion­al está saindo do marasmo e deverá continuar crescendo nos próximos meses.

Dada a caracterís­tica de longo prazo do crédito habitacion­al, a retomada foi menos afetada do que a de outros segmentos, apesar das incertezas. Além disso, o temor de uma alta da taxa Selic no futuro, devido à volta de pressões inflacioná­rias, pode ter levado as famílias a antecipar a contrataçã­o de crédito para assegurar prestações menores.

Apesar dos números favoráveis do crédito, o mercado imobiliári­o ainda não saiu da profunda crise em que ingressou em 2014, cujo resultado mais evidente é a estagnação nominal de preços. Em termos reais, houve queda média da ordem de 25% nos preços dos imóveis nos últimos quatro anos. Esse fator pode estar sendo considerad­o no momento da compra, ajudando a explicar a retomada recente do volume de operações. A maior parte das aquisições, em junho, foi de imóveis usados, pois o comportame­nto dos lançamento­s é insatisfat­ório.

A recuperaçã­o do crédito em junho veio principalm­ente do mercado paulista, em que se registrou forte aumento tanto das operações de aquisição como de construção de imóveis – realizadas por construtor­as e incorporad­oras. Já o mercado carioca esteve entre os de maior queda, inclusive dos preços de negociação de imóveis apurados pelo Índice Geral do Mercado Imobiliári­o Residencia­l (IGMI-R), sob a responsabi­lidade da associação dos agentes de crédito imobiliári­o (Abecip) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Há um longo caminho até que o crédito imobiliári­o possa voltar aos níveis mais elevados de 2014.

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