O Estado de S. Paulo

Renda do trabalho formal é maior em todas as áreas

- / D.A., M.R.S e C.R.

As diferenças salariais entre formais e informais estão presentes em todas as posições do mercado de trabalho. Um trabalhado­r por conta própria com CNPJ, o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, ganha, em média, R$ 3.060, em comparação aos R$ 1.264 dos que estão na mesma condição sem CNPJ. Em todo o País, há 18,621 milhões de trabalhado­res por conta própria sem CNPJ e apenas 4,443 milhões com CNPJ.

No setor público, um funcionári­o sem carteira assinada ganha, em média, R$ 1.812, ante um salário mensal de R$ 3.659 recebidos pelos que possuem carteira assinada. O setor público criou 310 mil vagas em um ano, sendo 66 mil com carteira, 130 mil sem carteira e 114 mil como militar e funcionári­o público estatutári­o. Em relação ao primeiro trimestre deste ano, foram criadas 392 mil vagas no setor público: 289 mil delas sem carteira e 119 mil com carteira.

“Tivemos uma política não anunciada e anticíclic­a de expansão do emprego no setor público. O setor público correu para contratar. A proximidad­e da eleição levou a uma contrataçã­o muito forte e repentina, já que o setor público tem um prazo para contrataçã­o em ano eleitoral, que venceu no fim de abril”, explicou Hélio Zylberstaj­n, professor da faculdade de economia da USP e coordenado­r do Salariômet­ro da Fipe.

Para o economista Thiago Xavier, da Tendências Consultori­a Integrada, o mercado de trabalho deve demorar pelo menos cinco anos para retornar ao nível pré-crise, uma vez que a retomada da atividade econômica ainda lenta prejudica a recuperaçã­o do emprego. Ele lembra que o total de pessoas subocupada­s, que estão à margem do mercado de trabalho, supera 20 milhões.

“Serão necessário­s alguns anos para reverter esse quadro, para conseguir inserir mais as pessoas no mercado de trabalho”, avaliou Xavier.

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