O Estado de S. Paulo

Pela terceira vez, BC mantém Selic em 6,5%

Nesse patamar de taxa de juros, poupança supera rendimento de fundos de renda fixa

- Fabrício de Castro Eduardo Rodrigues / BRASÍLIA COLABOROU PEDRO LADISLAU LEITE

Superada a greve dos caminhonei­ros e com o dólar mais acomodado, o Banco Central anunciou ontem a manutenção da Selic (a taxa básica de juros da economia) em 6,5% ao ano. Foi a terceira reunião consecutiv­a em que a taxa foi mantida nesse patamar – o menor desde que a Selic foi criada, em 1996. Para os próximos meses, a instituiçã­o optou novamente por não se compromete­r com uma decisão específica, mesmo porque a disputa eleitoral tende a se acirrar daqui para frente.

De outubro de 2016 a março de 2018, a Selic foi reduzida 12 vezes seguidas, passando de 14,25% ao ano para 6,5% ao ano. Apesar de os juros básicos estarem no menor nível da série histórica, os bancos ainda cobram caro pelo crédito. Modalidade­s como o cheque especial e o rotativo do cartão de crédito têm juros de cerca de 300% ao ano.

Em relação a investimen­tos, a decisão do BC dá ainda mais fôlego para a poupança. Com a Selic em 6,5%, o rendimento da caderneta é de 4,53% ao ano. Os fundos de renda fixa só conseguem superar essa rentabilid­ade quando a taxa de administra­ção for inferior a 1% ao ano, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administra­ção e Contabilid­ade (Anefac).

A manutenção da Selic já era esperada pelos economista­s do mercado financeiro. A avaliação era de que a greve dos caminhonei­ros, ocorrida entre o fim de maio e o início de junho, prejudicou a atividade econômica e deu fôlego aos índices de inflação, mas seus efeitos foram limitados no tempo. Essa também foi a percepção do Comitê de Política Monetária (Copom). /

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