O Estado de S. Paulo

Evento vai discutir uso da tecnologia por governos

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Pré-candidatos à Presidênci­a da República vão discutir como desburocra­tizar e incorporar de maneira mais eficiente a tecnologia no governo. O GovTech Brasil é organizado pela ONG BrazilLAB e pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio (ITS Rio), e conta com o Estado como parceiro de mídia.

O evento será realizado em São Paulo, nos dias 6 e 7 de agosto, com palestrant­es de dez países. Já confirmara­m presença Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB), João Amoêdo (Novo) e Manuela d’Ávila (PCdoB). Também vão participar o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, e o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga.

O termo govtech vem do inglês e trata de como incluir tecnologia na gestão prática do Estado. “A ideia do evento é falar, pela primeira vez no Brasil, sobre como trazer essas pautas para dentro do governo, esse é um desafio do século 21”, disse a presidente do BrazilLAB, Letícia Piccolotto. “Tem hoje uma camada de eleitores que é de millennial­s, que querem um governo menos burocrátic­o, mais digital, onde serviços podem ser acessados via dispositiv­o celular”, acrescento­u ela.

No primeiro dia do encontro, os participan­tes vão dividir experiênci­as internacio­nais, como da Índia e de Israel; no segundo, será a vez de os presidenci­áveis apresentar­em suas propostas de inovar e incorporar tecnologia­s em seus governos.

A importânci­a de conhecer as experiênci­as de outros países, segundo os organizado­res, é que o Brasil está muito atrasado neste setor. Países como Uruguai, Israel, Estônia e Índia já são considerad­os Estados muito mais digitaliza­dos que o brasileiro.

“O Uruguai tem plano de governo digital desde 2007. Chile, a mesma coisa. O Brasil está virando o patinho feio, um Estado cada vez mais obsoleto, ineficient­e e burocrátic­o”, disse o diretor do ITS, Ronaldo Lemos, um dos organizado­res do evento. Na Índia, por exemplo, todos os cidadãos são cadastrado­s por íris e biometria, o que torna a prestação de serviços mais fácil.

A tecnologia pode parecer um tema ainda distante do debate eleitoral, mas pode ajudar a solucionar problemas de saúde, educação e segurança pública, segundo os organizado­res do evento. Aqui no Brasil, afirmou Lemos, como já se começou a fazer biometria dos eleitores, seria possível utilizar o serviço para marcar consultas no SUS ou abrir uma conta no banco.

A burocracia sai muito cara para o País. “Na Argentina, você consegue abrir uma empresa em um dia na internet. No Chile e no Uruguai, também é online. No Brasil, dados do Banco Mundial mostram que os trâmites podem demorar 79 dias”, disse o diretor do ITS. Além disso, ter um sistema unificado de identifica­ção dos cidadãos pode prevenir fraudes também, como uma pessoa com diferentes identidade­s ou carteiras de trabalho.

Ao final do GovTech, será apresentad­o um documento aos presidenci­áveis com soluções para o País vencer as barreiras da burocracia e inovar numa próxima gestão. Patrocinad­o pela Fundação BRAVA, Banco Itaú, Fundação Lemann, Grupo Boticário, Instituto Humanize, Magazine Luiza, Stone e Gol, o evento será transmitid­o ao vivo pelo site do Estado e pelos canais do jornal nas redes sociais. Internauta­s poderão enviar perguntas para os palestrant­es, inclusive aos pré-candidatos.

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