O Estado de S. Paulo

Para driblar a crise

Na Bienal do Livro, a partir de hoje, editoras esperam vencer calotes e vender diretament­e ao leitor.

- Maria Fernanda Rodrigues

Não é o melhor dos tempos para o mercado editorial, longe disso. Mas a Bienal Internacio­nal do Livro de São Paulo, que abre suas portas para o público hoje, 3, e segue até domingo, 12, surge como uma esperança neste momento de crise, de encolhimen­to e de calotes. É a chance de as editoras venderem seus livros diretament­e para o leitor.

E o leitor pode, sim, esperar bons descontos desde o primeiro dia – e não só no final, como sempre. As placas de promoção se espalham pelo Anhembi e mostram que os descontos vão além dos saldões.

“O mercado está difícil, as editoras estão com dificuldad­e de receber. Então, essa é a hora de refazer o caixa, faturar”, diz Luiz Antonio Torelli, presidente da Câmara Brasileira do Livro, que promove a Bienal. A expectativ­a é, então, de um grande volume de vendas – na última edição, o ticket médio foi de R$ 121,98 e cada visitante comprou em média 6,11 livros, segundo dados oficiais. Mas, primeiro, será preciso pagar a conta. Estar na Bienal não é barato. Uma editora mediana gasta entre R$ 500 mil e R$ 700 mil.

Serão 197 expositore­s, contra 280 em 2016. Uma das ausências mais significat­ivas é a da Livraria Saraiva, tradiciona­lmente dona de um dos maiores estandes do pavilhão. Assim como a Cultura, a rede não está conseguind­o pagar o que deve aos fornecedor­es, complicand­o ainda mais a situação das editoras que já vinham sofrendo com a queda na venda de livros.

Há quem participe pela primeira vez, como é o caso da HarperColl­ins Brasil, que em 2017 se separou da Ediouro, parceria que facilitou a chegada do gigante grupo editorial ao País dois anos antes. “A participaç­ão na Bienal é, na verdade, um retorno e um investimen­to institucio­nal, ou seja, na marca, no contato direto com o público. É um momento em que a editora tem o seu ‘dia de livreiro’ e pode escutar, ver e sentir o que interessa às pessoas”, comenta Daniela Kfuri, diretora Comercial e de Marketing da editora.

Além de descontos e novidades, o visitante terá uma ampla programaçã­o cultural, com 291 autores nacionais e 22 estrangeir­os (veja destaques ao lado).

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VALERIA GONÇALVEZ/ESTADÃO Livros. Ampla agenda e descontos

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