‘Ninguém pode falar em golpe e praticar um golpe’, diz Ciro
• O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, classificou como “providência golpista” o acordo feito entre petistas e pessebistas para garantir a neutralidade do PSB na eleição nacional, que o isolou na disputa. “Ninguém pode falar de golpe e praticar um golpe dessa natureza”, disse o pedetista antes de participar de um debate sobre sonegação fiscal em São Paulo.
A frase é uma crítica às retiradas impostas pelos dois partidos das candidaturas da vereadora Marília Arraes (PT) ao governo de Pernambuco, onde Paulo Câmara (PSB) busca a reeleição, e do pessebista Marcio Lacerda em Minas, onde o petista Fernando Pimentel tentará novo mandato.
Ciro afirmou que o acordo é “um grosseiro equívoco” que prejudica todo o campo progressista com o “único objetivo de tirar segundos de TV” da sua campanha. “Você sacrifica uma jovem promissora liderança de Pernambuco, sacrifica um candidato de Minas que tinha uma aliança imensa de forma traiçoeira. É uma completa facada pelas costas.”
O pedetista também disse não saber o que fez para merecer um tratamento “tão desleal e tão traiçoeiro” por parte do PT e do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato. “Esse comportamento (retirada de candidaturas) está na base moral da corrupção”, afirmou. Ele ainda disse que o PT é “um dos grandes responsáveis pela tragédia brasileira” e que nunca quis o apoio petista.
Apesar das críticas, Ciro declarou que a definição do vice em sua chapa ainda está “travada”, porque aguarda uma confirmação formal do PSB sobre a neutralidade na eleição. Se o revés for confirmado, ele disse já ter um “backup” para a vaga e negou que o nome seja o do deputado Silvio Costa (Avante-PE), que seria candidato ao Senado na chapa de Marília.