Câmbio leva Gol a prejuízo de R$ 1,27 bi
A companhia aérea Gol encerrou o segundo trimestre de 2018 com prejuízo de R$ 1,272 bilhão, um aumento de 210% em relação às perdas de R$ 409,5 milhões registradas em igual período de 2017, no critério que desconsidera a participação minoritária da Smiles.
O prejuízo da companhia era esperado pelo Prévias Broadcast. Porém, a cifra superou até o topo das estimativas das sete instituições consultadas – BTG Pactual, Goldman Sachs, JPMorgan, Morgan Stanley, Safra, Santander e XP –, que variavam de R$ 78 milhões a R$ 1,08 bilhão. Não foi possível estabelecer uma média, pois os bancos e corretoras usaram critérios diferentes para fazer as previsões relativas à aérea.
No informe de resultados, a companhia destacou que o resultado deste trimestre foi afetado pela variação cambial negativa de R$ 1 bilhão, ante os R$ 225,7 milhões de variação cambial um ano antes.
O resultado operacional foi positivo no trimestre, em R$ 48 milhões, alta de 92,7% em relação ao mesmo período de 2017. Na mesma comparação, a receita líquida teve alta de 9%, para R$ 2,354 bilhões.
Análise. Para o BTG Pactual, os números da Gol para o segundo trimestre do ano vieram relativamente sólidos, considerando a sazonalidade e os “eventos negativos”. A aérea destacou, além do câmbio, a elevação dos preços dos combustíveis e a greve dos caminhoneiros como desafios enfrentados entre abril e junho. No entanto, o banco cortou seu preço-alvo para a ação da Gol de R$ 25 para R$ 18.
Os analistas Renato Mímica e Samuel Alves, do BTG, destacaram ainda a alta do valor médio que os passageiros pagaram para voar um quilômetro e a taxa de ocupação “saudável”, acima de 78%.