O Estado de S. Paulo

Pelas ruas jamaicanas ESTÁ NO PAPO

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O curador fala sobre a mostra de filmes ‘A Jamaica e o Cinema’ – que compõe a exposição ‘Jamaica, Jamaica!’, sobre o universo sonoro do país, em cartaz no Sesc 24 de Maio. A partir de 3ª (7), são apresentad­os cinco longas que abordam a música jamaicana.

Como começou seu interesse pelo tema?

Eu coleciono discos de reggae desde o início da década de 1990. Tudo começou durante a graduação, na faculdade de Rádio e TV da USP. Ali, tive o primeiro contato com a música jamaicana. Depois, me aprofundei na pesquisa e juntei duas paixões: reggae e cinema.

No Brasil, a visão que o público em geral tem da Jamaica é romantizad­a. A mostra busca desconstru­ir essa imagem?

Com certeza. Quando se pensa em Bob Marley, se pensa em praia. O objetivo é apresentar uma Jamaica urbana, de contradiçõ­es. Por exemplo, ‘The Harder They Come’ (1972; foto), que abre as exibições, aborda a primeira fase do reggae. Bob Marley nem aparece. Já em produções mais recentes, como ‘Kingston Crossroads’ (2016), surge uma Jamaica mais cosmopolit­a e moderna. Mas o componente musical está sempre presente.

A relação entre o cinema e a música é estreita.

Por meio dos filmes, é possível traçar uma genealogia da música. Uma curiosidad­e: o primeiro registro musical da ilha não saiu em disco, mas em filme. Foi em ‘Devil’s Daughter’ (1939), quando um grupo toca ‘Linstead Market’, uma canção folclórica do país. A primeira gravação oficial só ocorre nos anos 1950.

ONDE: Sesc 24 de Maio. Teatro (216 lug.). R. 24 de Maio, 109, metrô República, 3350-6300. QUANDO: 3ª (7), 20h; 14 e 21/8, 18h e 20h. QUANTO: Grátis (retirar ingresso 1h antes).

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