O Estado de S. Paulo

Infidelida­de nos Estados afeta mais Alckmin e Meirelles

Levantamen­to do ‘Estado’ mostra que em dez casos há ‘traições’ e formação de palanques regionais para candidatos adversário­s

- BRASÍLIA / FELIPE FRAZÃO, CAMILA TURTELLI, MARIANA HAUBERT e LEONENCIO NOSSA

A definição do quadro de candidatos na disputa eleitoral começou a revelara formação de palanques informais e casos de traição aos presidenci­áveis nos Estados, com potencial de prejudicar concorrent­es de dois dos maiores partidos – Geraldo Alckmin (PSDB) e Henrique Meirelles (MDB). Na tentativa de atrair espaço nas bases das duas siglas estão o expresiden­te Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado e preso na Lava Jato, e o deputado Jair Bolsonaro (PSL), líderes nas pesquisas de intenção de voto.

Um caso embl em áticoéo do governador tucano do Mato Grosso, Pedro Taques. Em campanha pela reeleição, ele avisou que irá ao aeroporto de Cuiabá recepciona­r tanto Alckmin quantoBol sonar o. Taques costurou aliança com ajuíza aposentada Selma Arruda (PSL), a “Bolsonaro de saia”, como é chamada em Mato Grosso, que será candidata ao Senado. “Haverá palanque para os dois”, disse Taques.

Entre os “traidores” declarados de Meirelles está o governador de Alagoas, Renan Filho, que fez campanha interna no MDB contra ele ejá avisou que não está disposto a recebê-lo no Estado. O governador declara voto em Lula ou em outro candidato que venha substituir o ex-presidente. RenanFilho­éf avo ritoà reeleição, tendo suporte do PT.

Levantamen­to feito pelo Estado identifico­u dez casos em nove Estado seno Distrito Federal. Foram considerad­os“palanques informais” aquele sem que o candidato a governador lançado por um partido oferece apoio ou declara voto emumcand ida toàP residência não coligado com sua legenda. O potencial para traições existe porque não há no Brasil a regrada verticaliz­ação das coligações. P orisso, os partidos não são obrigados a reproduzir­a aliança nacional nas demais unidades da federação. As siglas podem selara cordo no planop residencia­le, ao mesmo tempo, rivalizar na disputa de cargos majoritári­os de um determinad­o Estado.

No Pará, Meirelles tem apoio declarado do candidato do MDB ao governo estadual, Helder Barbalho, mas o palanque incluirá ao menos 17 siglas. Coma maior aliança destas eleições, o ex-ministro da Integração Nacional disse que a receita para compatibil­izar grande número de legendas é “respeitar” as relações dos aliados com seus candidatos ao Planalto. “Construímo­s uma aliança que respeita o projeto nacional de cada partido .”

Ministro do governo Dilma Ro us seff,Helderm inimiza a possibilid­ade de associara campanha ao candidato petista para angariar votos .“Eu tive oportunida­de deter sido ministro do Pará .”

O MDB do Maranhão é outro que pode frustrar Meirelles. Tentando retomar o poder, o clã Sarney lançou a ex-governador­a Roseana Sarney ao Palácio dos Leões. Ela faz defesa pública de Lula, embora o PT esteja aliado a seu rival, o atual governador, Flávio Dino( PC do B ). O ex-presidente José Sarney,pa ide Roseana, c om pareceuàco­nvençã oque homologou a candidatur­a de Meirelles,m as esquivou-sede responder sobre sua empolgação coma candidatur­a do ex-ministro.

O Planalto cobrou que os candidatos do MDB empunhem a bandeira de Meirelles. No entanto, como a direção nacional não reservou recursos públicos para os governador­es aplicarem nas respectiva­s campanhas, a cúpula perdeu força para exigir empenho de quem flerta coma oposição.

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ADRIANO MACHADO/REUTERS Palanques. O tucano Geraldo Alckmin sofre resistênci­as em Goiás e no Distrito Federal
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