O ‘fogo amigo’ republicano nas eleições legislativas
Donald Trump ganhou um adversário velado e poderoso nas eleições legislativas de novembro: a coalizão comandada pelo bilionário Charles Koch – aquele que, na campanha de 2016, comparou a escolha entre Trump e Hillary Clinton à opção entre “câncer ou ataque cardíaco”.
Os irmãos Charles e David Koch, cuja fortuna soma quase US$ 110 bilhões, passaram a financiar republicanos de orientação libertária logo depois que George W. Bush impôs tarifas ao aço em 2003 – e não engolem a guerra comercial de Trump.
Num vídeo publicado dias atrás, Charles fez uma crítica veemente ao protecionismo. Trump reagiu irado: “Não preciso nem do dinheiro nem das ideias ruins deles”.
Entre aqueles que prestaram lealdade aos princípios Koch – coquetel que mistura cortes de impostos, livre-comércio, incentivos à imigração, ceticismo climático e juízes conservadores na Suprema Corte –, estão os secretários de Estado, Mike Pompeo, da Educação, Betsy DeVos, o senador Ted Cruz e, em especial, o vice Mike Pence.
A coalizão Koch afirma que gastará US$ 400 milhões para manter a maioria republicana na Câmara e no Senado. Mas não qualquer maioria. Em Dakota do Norte e Indiana, opõese às escolhas de Trump.
Se um eventual Congresso democrata obtiver sucesso no impeachment, a presidência cairia nas mãos de Pence, pupilo dileto dos Kochs.