O Estado de S. Paulo

Ex-aluna da escola já foi para a seleção

- / R.C.

Os frutos colhidos por Rodrigo Mussini na quadra da Recanto acabam entrando na mira de clubes tradiciona­is, como ADC Bradesco e Instituto Brazolin, com quem a escola possui parcerias. A ideia é “segurar” as meninas o máximo possível, para que o trabalho de formação dentro e fora das quadras seja completo.

Depois, elas são repassadas às grandes agremiaçõe­s, onde ganham bolsas de estudo e começam a construir a carreira.

Uma das primeiras alunas do treinador já integra as seleções brasileira­s de base. Trata-se de Raiane Dias, de 15 anos, atleta do Bradesco que disputou no ano passado o Sul-Americano Sub-14, na Colômbia. O Brasil ficou com o vice-campeonato ao perder a final para o Chile.

“Foi uma experiênci­a incrível e única, poder melhorar meu basquete com técnicos diferentes e fazer amizades com garotas de outros Estados. É uma bagagem e tanto pra minha carreira ter passado pela seleção de base e conseguir um vice campeonato internacio­nal”, comenta Raiane, cheia de orgulho.

Apesar da estrutura deficitári­a, a Recanto não para de colecionar títulos. Além do regional da NBA, ganhou a Copa Nescau e o circuito escolar do ABC em 2015 e 2016. A equipe também conquistou o primeiro lugar na categoria sub-14 da capital nos Jogos Estaduais do Estado de São Paulo (Jeesp). “Esse projeto acontece com meninas totalmente carentes, que ninguém conhecia. Isso dá uma direção para o nosso trabalho. Meninas quererem ser resgatadas pelo esporte”, afirma Mussini, que enxerga na missão uma oportunida­de não apenas de formar atletas, mas também de afastar as garotas da criminalid­ade.

“As histórias de vida de cada uma aqui são difíceis. Muitas não têm suporte familiar. Já tive de levar uma aluna até a casa dela porque ninguém a veio buscar após o treino”, conta.

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