O Estado de S. Paulo

Depois da Bahia, ArtCoco quer conquistar o Brasil

Marca baiana de joias e semijoias planeja sua expansão rumo a outros Estados

- Mateus Apud* *ESTAGIÁRIO SOB ORIENTAÇÃO DO EDITOR DE SUPLEMENTO­S, DANIEL FERNANDES.

Vindo de uma família humilde da cidade baiana de Rio do Pires (BA), João José Azevedo não quis seguir o destino de seus irmãos, que trabalhava­m como serventes de pedreiro e, aos 16 anos, em 1978, decidiu se tornar artesão, produzindo e vendendo bijuterias. Assumiu, então, um estilo de vida que então era considerad­o hippie, indo comerciali­zar seu produtos na praia, em Ilhéus.

“Costumo dizer que é um dom, nasci para fazer isso. Quando notei o interesse dos turistas (pelas peças que produzia), resolvi intensific­ar a minha habilidade e fazer dela uma verdadeira fonte de renda”, conta Azevedo, que é conhecido como Coco.

Com o sucesso de vendas, Coco mudou-se de vez para Ilhéus e abriu seu primeiro negócio – um quiosque no mercado de artesanato da cidade concedido por um programa do governo. Assim, nasceu a ArtCoco.

“No início, usei o dinheiro que tinha na carteira, dado pelos meus pais. Desta forma, consegui comprar o primeiro pacotinho de miçanga. Com as vendas das bijuterias, comprava a matéria-prima para continuar a produção”, conta.

Depois de dez anos, com a consolidaç­ão do negócio proporcion­ado pelo sucesso de vendas, Coco resolveu expandir as atividades e abriu mais duas lojas próprias e começou a investir em joias e semijoias.

Segundo Coco, caracterís­tica suas como perseveran­ça e alegria ajudaram no cresciment­o

“Sempre optei por oferecer peças com qualidade aos clientes, porque cliente bom é aquele que volta. E prezo pelo bom atendiment­o” João José Azevedo FUNDADOR DA ARTCOCO

da marca. “Normalment­e, quem cria algo de longo prazo é uma pessoa assim”, diz.

Além disso, ele também ressalta que qualidade, o preço de suas peças e o atendiment­o ao cliente também impulsiona­ram o negócio.

“Sempre optei por oferecer peças com qualidade aos meus clientes, porque cliente bom é aquele que volta pela segunda vez. E também prezo pelo bom atendiment­o: todos os colaborado­res são treinados para deixar o cliente à vontade na hora da compra.”

Franquias. Com o intuito de crescer mais ainda, há três anos, a empresa ingressou no segmento do franchisin­g e, além das três unidade próprias, já licenciou nove unidades – todas na Bahia, nas cidades de Vitória da Conquista, Teixeira de Freitas, Barreiras, Luiz Eduardo Magalhães, Guanambi, Itabuna, Nova Viçosa, Porto Seguro e Eunápolis.

Esse modelo de atividade teve início com a entrada de seu filho na empresa, João Leno, que assumiu o comando dos negócios,

e dos sócios Alex Andrade e Lucas Carvalho. Cada novo sócio tem 25% da sociedade franqueado­ra, os 50% restantes pertencem ao próprio empreended­or e ao filho.

As franquias oferecidas pela empresa contam com investimen­to inicial de R$ 140 mil, incluindo o valor de taxa de franquia

e capital de giro, e seguem o modelo padrão das lojas da empresa de 30 m². O lucro pode chegar a 30% do faturament­o e tem retorno do valor investido de 18 a 24 meses.

A companhia também atua no comércio online com a loja virtual da ArtCoco, que entrega os produtos em todos os Estados. Atualmente, as vendas online representa­m 40% do faturament­o de uma loja física.

Expansão. Hoje, a ArtCoco, que possui 64 funcionári­os, busca expansão em todo o Brasil. “Neste momento, temos interesse em ingressar fisicament­e em todas as regiões brasileira­s”, afirma Coco.

Para este ano, a meta da empresa é abrir mais cinco lojas e, em 2019, chegar a 20. Com faturament­o de R$ 10 milhões em 2017, a marca planeja crescer 10% neste ano.

Coco diz que, com o cresciment­o da demanda, a produção artesanal deixou de ser suficiente e a empresa optou pela terceiriza­ção dos produtos. Mas, mesmo assim, a marca ainda é responsáve­l por 50% do processo de produção.

Atualmente, a ArtCoco tem em seu portfólio cerca de 3.000 produtos, que variam desde peças mais simples, como anéis e brincos de prata, até colares e pulseiras folheadas a ouro 18 quilates.

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PAULA SOUZA / ARTCOCO / DIVULGAÇÃO Azevedo. Começou vendendo artesanato na praia, em Ilhéus

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