O Estado de S. Paulo

Kátia Abreu afirma que será uma vice ‘disciplina­da’ de Ciro

Confirmada no domingo na chapa do candidato do PDT, senadora afirma estar pronta para atuar ‘sob seu comando’

- Camila Turtelli / BRASÍLIA

A senadora Kátia Abreu (PDTTO) afirmou ontem, ao ter sua candidatur­a na chapa presidenci­al de Ciro Gomes anunciada oficialmen­te, que será uma “vice disciplina­da”. “Serei uma vice disciplina­da, pronta para atuar, mas sob seu (de Ciro Gomes) comando”, disse ela, durante evento em Brasília.

Ex-ministra da Agricultur­a no segundo governo Dilma Rousseff, Kátia ressaltou qualidades de Ciro e afirmou que não conhece nada que “manche sua honra”. A candidata a vice lamentou a falta de alianças com outros partidos, mas disse que está confiante com a vitória do PDT, mesmo isolado.

Durante o anúncio, Ciro destacou a postura da senadora ao longo do processo de impeachmen­t da presidente cassada. O presidenci­ável afirmou que Kátia enfrentou seu partido, na época o MDB, ao defender Dilma, amiga pessoal da ex-ministra. “Ela nos deu exemplo de força compromiss­o com a democracia, quando paga preço por fidelidade, afronta seu partido, a quadrilha de corruptos que dominou a democracia e ajuda a defender o Brasil resistindo contra o avanço das forças do golpe”, disse o candidato do PDT à Presidênci­a.

O presidente nacional do partido, Carlos Lupi, destacou o fato de Kátia ser mulher e representa­r o agronegóci­o, setor que, em suas palavras, “sustenta o Brasil”.

“Principalm­ente numa sociedade machista onde a mulher é discrimina­da, e ainda mais na política, uma mulher ser vitoriosa é fato raro”, disse ele. Lupi afirmou ainda que tem a certeza de que Kátia será uma vice atuante. ‘Soluções de gabinetes’. Ciro ainda criticou o que chamou de “soluções de gabinetes” na corrida eleitoral. “Parece que as estruturas tradiciona­is da política brasileira não aprenderam nada. É impression­ante como a gente assiste a soluções de gabinetes que acintosame­nte desrespeit­am a mínima regra de palavra dada para ser cumprida, as estruturas estão querendo fazer o jogo dentro de gabinetes e dali jogando cartas, excluindo da opção da população candidatur­as como Marilia Arraes (PT) e Marcio Lacerda (PSB)”, afirmou o pedetista.

O PSB mineiro vive um impasse após a direção nacional do partido ter feito um acordo com o PT que implica na retirada da candidatur­a do ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda ao governo de Minas, para apoiar a reeleição de Fernando Pimentel (PT). Em troca, os petistas tiraram a candidatur­a de Marília Arraes (PT) ao governo de Pernambuco e apoiam a tentativa de reeleição do governador Paulo Câmara (PSB). No entanto, Lacerda se recusa a abandonar a disputa.

Ainda no discurso, Ciro criticou as alianças formadas para as eleições gerais. “É curioso nesse momento que o primeiro candidato elegível nas pesquisas está sozinho, o segundo e o terceiro também”, disse.

 ?? DIDA SAMPAIO/ESTADÃO ?? Em Brasília. Ciro Gomes e Katia Abreu conversam durante o evento realizado pelo PDT
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO Em Brasília. Ciro Gomes e Katia Abreu conversam durante o evento realizado pelo PDT

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil