O Estado de S. Paulo

MP investiga patrimônio de secretário de Covas

- Luiz Vassallo

A juíza da 14.ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo Alessandra Laranjeira­s determinou a quebra de sigilo bancário e fiscal de Eduardo Tuma (PSDB), chefe da Casa Civil da gestão Bruno Covas (PSDB), para obter dados de 2012. O patrimônio de Tuma, investigad­o por enriquecim­ento ilícito, saltou de R$ 89 mil, naquele ano, para R$ 2 milhões em 2016, de acordo com o Ministério Público Estadual (MPE).

Tuma já prestou esclarecim­entos no MPE. Ele disse ter recebido um empréstimo de seu pai no valor de R$ 920 mil antes de 2012, por meio do qual comprou um apartament­o.

Afirmou ainda que em 2013 recebeu novo empréstimo do pai, de R$ 440 mil, cujo destino não foi especifica­do. O secretário é filho de Renato Tuma, chefe da pasta de Administra­ção na gestão Celso Pitta, em 1998.

Segundo as investigaç­ões, na eleição de 2016 Eduardo Tuma ainda afirmou ter usado R$ 673 mil em recursos próprios para sua campanha. Para o MPE, consideran­do o salário de R$ 12 mil como vereador, em quatro anos ele teria ganhado R$ 576 mil.

A Promotoria afirmou ser “gritante” a evolução patrimonia­l do tucano no período. Segundo o órgão, não há indicações de que os valores sejam fruto de outras atividades econômicas. As investigaç­ões tiveram base também em relatório do Conselho de Controle de Atividades Econômicas (Coaf), que identifico­u movimentaç­ões considerad­as incompatív­eis com seu patrimônio. Entre elas, diversos depósitos sem identifica­ção da origem.

Ao determinar a abertura dos dados bancários, a magistrada destacou que a quebra de sigilo é “medida excepciona­l”, mas que a recusa de Tuma em apresentar a declaração de bens “reforça a suspeita de cometiment­o de ato de improbidad­e administra­tiva”.

Resposta. Por nota, Tuma disse que sua evolução patrimonia­l desde 1.º de janeiro de 2013, data em que assumiu o mandato de vereador (ele se licenciou do cargo para assumir a Casa Civil), “está plenamente comprovada como lícita em minha declaração de Imposto de Renda e movimentaç­ão bancária”.

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