O Estado de S. Paulo

Mobilizaçã­o pelo patrimônio

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JANUÁRIA

A candidatur­a do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu a patrimônio cultural e natural da Unesco está em fase de construção dos argumentos. Segundo Marcelo Brito, diretor do Departamen­to de Cooperação e Fomento do Iphan, o próximo passo é a superinten­dência do órgão em Minas apresentar um parecer sobre as pinturas rupestres para comprovar a singularid­ade delas – a principal questão é diferenciá-las das que existem na Serra da Capivara, no Piauí, já reconhecid­as pela Unesco.

Os envolvidos no processo trabalham com a previsão de apresentaç­ão formal da candidatur­a à Comissão do Patrimônio Mundial em 2021.

Uma providênci­a necessária, na avaliação do grupo do Iphan que esteve no Peruaçu em junho, é melhorar as condições da estrada de acesso ao parque. O caminho sem asfalto entre a comunidade Fabião e o Centro de Visitantes é esburacado e, durante as chuvas do último carnaval, chegou a ficar intransitá­vel.

A comunidade responsabi­liza a automobilí­stica Fiat, que pagou a contrataçã­o de empresas para a instalação da infraestru­tura do parque graças a um Termo de Ajustament­o de Conduta por infrações ambientais firmado com o Ministério Público e o ICMBio. A má qualidade do trabalho feito pelas empresas contratada­s pela Fiat e a falta de manutençõe­s posteriore­s seriam as causas da precarieda­de da estrada. Em 2015, cerca de 20 entidades integrante­s do conselho consultivo do parque assinaram representa­ção ao Ministério Público Federal pedindo apurações.

Em nota, a Fiat disse que entende que “a manutenção periódica das estradas deve ser realizada pelas autoridade­s competente­s”, mas está “finalizand­o tratativas para promover melhorias nessas vias”.

Segundo o relatório Contribuiç­ões do Turismo em Unidades de Conservaçã­o Federais para a Economia Brasileira feito pelo ICMBio em 2017, com base em dados de 2015, cada R$ 1 investido em áreas de conservaçã­o rendeu R$ 7 à sociedade brasileira naquele ano. A secretária de Turismo de Itacarambi, Claudia Seixas, e o secretário de Turismo de Januária, Sidney Olímpio, estimam que a candidatur­a do Parque Nacional a patrimônio da Unesco custará um total de R$ 1 milhão.

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