O Estado de S. Paulo

Mensagem é de que controle do processo se mantém da prisão

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Ao dizer ontem para a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que Fernando Haddad está em “estágio probatório”, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou o seguinte recado: Haddad recebeu todas as ferramenta­s para se viabilizar como “plano B”, mas isso vai depender da forma como vai agir até o desfecho do caso do ex-presidente na Justiça Eleitoral.

O ex-prefeito de São Paulo está com meio caminho andado. Para ser escolhido vice pela Executiva do PT, Haddad teve de vencer resistênci­as em setores do partido que o consideram “pouco petista”. Mas ainda paira sobre o ex-prefeito a desconfian­ça em relação à sua (falta de) habilidade política, reforçada pela derrota no primeiro turno para João Doria (PSDB) na eleição de 2016.

Agora, oficializa­do como vice, Haddad terá todos os olhos sobre si. Petistas calculam ele vai demorar cerca de um mês até que a Justiça decida sobre a elegibilid­ade de Lula. Qualquer escorregão pode ser fatal. Até porque outros postulante­s ao posto de “plano B”, mesmo que ocultos, ainda sonham em substituir Lula na disputa presidenci­al.

Além disso, ao dizer que Haddad ainda está sob observação e que “o candidato sou eu”, Lula mantém, da prisão em Curitiba, o controle do processo de sua possível substituiç­ão.

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