O Estado de S. Paulo

Natação renovada

Competição na capital japonesa, também sede dos Jogos de 2020, vai marcar nova fase da seleção e servirá para testes que têm como alvo a Olimpíada

- Felipe Rosa Mendes

Competição em Tóquio servirá de teste para seleção brasileira.

A menos de dois anos dos Jogos de Tóquio, a seleção brasileira de natação dará início hoje a seus testes dentro e fora das piscinas para a Olimpíada. Com uma equipe renovada, disputa o Pan-Pacífico, competição mais importante da temporada e que tem como sede justamente a capital japonesa. O Brasil terá jovens apostas e nadadores mais experiente­s na tentativa de repetir o bom desempenho das últimas edições do torneio, realizado a cada quatro anos.

Dentro da piscina, o maior teste será para os atletas mais novos. Numa comparação com a edição de 2014, a média de idade do grupo de nadadores que defenderão o País é seis anos menor. “Muitos destes atletas estão se apresentan­do ao mundo pela primeira vez”, disse ao Estado o diretor-geral de esportes da Confederaç­ão Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Renato Cordani.

É o caso de Pedro Spajari, que nadará os 50 m e os 100 m livre, além do revezament­o 4x100 metros livre. Aos 21 anos, fará sua estreia pela seleção brasileira adulta num torneio desta importânci­a, realizado em piscina de 50 metros. Outras apostas são Gabriel Santos, de 22 anos, Fernando Scheffer, de 20, e Vinícius Lanza, de 21 anos.

Eles vão dividir as atenções com “veteranos” como João Gomes Júnior, de 32 anos, Marcelo Chierighin­i e Leonardo de Deus, ambos com 27. Nadadores como Cesar Cielo, Bruno Fratus, Nicholas Santos e Etiene Medeiros estão fora por opção ou questões físicas.

Sem os mais experiente­s, a seleção entrou automatica­mente num processo de renovação, que chegou a surpreende­r a CBDA. “Essa redução de média de idade é muito expressiva, não foi uma renovação lenta e gradual. Foi brusca. Será um grande teste para esse pessoal”, afirmou Cordani, também chefe da delegação em Tóquio.

O teste tem como objetivo, claro, a Olimpíada de 2020. “Nossa aposta para os Jogos Olímpicos é, sim, esta garotada. Mas também os mais experiente­s. E é bom que seja assim porque os mais velhos vão ter de continuar trabalhand­o para superar os que acabaram de chegar. É um duelo de gerações bem vivo, o que aumenta a competitiv­idade da seleção.”

Sem meta. Por conta da falta de experiênci­a do time, a CBDA evita apontar uma meta de medalhas no Pan-Pacífico. O número reduzido de brasileiro­s em comparação às duas últimas edições do torneio também deixou a entidade mais cautelosa. Neste ano, a seleção terá apenas 16 atletas. Foram 19 há quatro anos e 44 em 2010.

“Imaginamos que todos têm chances de entrar em finais e brigar por medalhas. Não colocamos meta, mas existe um sentimento de que a equipe é forte o suficiente para buscar finais em todas as provas”, projetou Cordani.

Fora das piscinas, serão dois testes. O primeiro será enfrentado pela própria CBDA, cuja nova gestão terá pela frente sua primeira grande competição internacio­nal. Para tanto, a gestão encabeçada por Miguel Cagnoni, empossada em junho do ano passado, terá a ajuda do Comitê Olímpico do Brasil (COB), que bancou a aclimataçã­o da seleção na cidade de Sagamihara, a 70 km de Tóquio.

O local sediará também a preparação do time brasileiro às vésperas da Olimpíada, em 2020. Por isso, o Pan-Pacífico é considerad­o o grande foco da seleção na temporada. “Vai ser uma simulação para os Jogos Olímpicos. Será bom para os nadadores se ambientare­m tanto na cidade quanto na piscina. São muitas dificuldad­es: uma grande distância geográfica, 12 horas de fuso, limitações na comunicaçã­o. Queremos evitar o choque no momento mais importante, que é a Olimpíada”, explicou Cordani.

O Pan-Pacífico terá início hoje à noite pelo horário de Brasília (manhã de quinta no Japão) e vai até terça. As eliminatór­ias das provas vão começar às 22 horas (de Brasília) e as finais estão marcadas para as 5h30.

 ?? GABRIELA BILO / ESTADÃO ?? Revelação. Gabriel Santos é um dos novos valores da natação brasileira e terá no Pan-Pacífico a sua principal competição
GABRIELA BILO / ESTADÃO Revelação. Gabriel Santos é um dos novos valores da natação brasileira e terá no Pan-Pacífico a sua principal competição
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SATIRO SODRE/CBDA Bem cotado. Vinícius Lanza tem chance de chegar às finais

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