O Estado de S. Paulo

Preso segundo suspeito por morte de PM em São Paulo.

Ele foi visto com moto da vítima; Segurança diz não haver indícios de envolvimen­to de facção

- Priscila Mengues

A polícia prendeu um segundo suspeito de envolvimen­to com o assassinat­o da policial militar Juliane Duarte, de 27 anos, morta a tiros após ser sequestrad­a em um bar em Paraisópol­is, zona sul de São Paulo. Felipe Oliveira da Silva, o Silvinho, foi identifica­do como a pessoa que deixou a moto da vítima na Praça Pan-americana, zona oeste. Já havia sido preso Everaldo da Silva Félix, o “Sem Fronteira”, que tentou se livrar de celulares ao se deparar com uma guarnição da polícia.

As investigaç­ões apontam que a soldado foi executada por ser PM. Ontem, a investigaç­ão foi oficialmen­te assumida pelo Departamen­to de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). O secretário estadual da Segurança Pública, Mágino Alves, disse que até o momento a investigaç­ão era “exitosa”. Já houve mais de 100 denúncias telefônica­s sobre o crime.

A secretaria confirmou ontem que Silvinho havia sido preso na terça-feira. Ele nega envolvimen­to e diz ter só conduzido a moto. Silvinho disse ter sido chamado por amigos para deslocar o veículo, enquanto consumia drogas ilícitas. “Tem testemunha­s que o reconhecer­am como um dos quatro indivíduos que abordaram a PM na madrugada do seu desapareci­mento”, diz o delegado Antônio Sucupira, do 89.º Distrito Policial (Portal do Morumbi).

A pasta de Segurança diz que não há indícios de que eles pertençam a uma facção criminosa. Ambos tinham passagem pela polícia. Até o momento, a investigaç­ão descarta envolvimen­to de Elaine Figueiredo, a Neguinha, que teria sido apontada por terceiros como possível mandante do crime.

A secretaria afirma ainda que tenta consertar os celulares que “Sem Fronteira” jogou no vaso sanitário ao ser abordado pela polícia, para checar se há nos aparelhos pistas sobre o crime. Ele também nega participaç­ão.

Segundo o secretário, embora Paraisópol­is seja “uma das manchas de criminalid­ade mais intensa” da cidade, a PM está no local para garantir “a ordem” durante a investigaç­ão.

O desapareci­mento da soldado foi registrado por um casal de amigos de Juliane na última quinta. Na madrugada daquele dia, ela teria sido sequestrad­a por quatro homens (três estariam encapuzado­s) de dentro de um bar em Paraisópol­is. Ela estava de férias.

A ação teria ocorrido após ela se identifica­r como PM, quando um frequentad­or teve o celular furtado. Ao ser abordada pelos quatro homens, reagiu e tentou sacar sua arma, momento em que teriam ocorridos disparos. Após três dias, o corpo da vítima foi achado em um carro, que, segundo moradores, estava estacionad­o no mesmo local desde a noite do crime.

‘Crime bárbaro’. O corregedor da PM, coronel Marcelino Fernandes, chamou a execução de “crime bárbaro”. “De uma jovem de periferia, que tinha o sonho de ser policial e teve a vida ceifada”, declarou. “Quando se atenta contra a vida de um policial, se atenta contra o Estado democrátic­o de direito.” O delegado Sucupira afirmou que o ato da PM foi de “heroísmo”, diante de uma situação errada.

‘O motivo da execução da Juliane fica muito claro: foi identifica­da como policial’ Mágino Alves, Secretário da Segurança Pública

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MARCELO GONÇALVES/SIGMAPRESS–7/8/2018 Enterro. A ação teria ocorrido quando a soldado se identifico­u, após um furto de celular, e tentou conter os criminosos
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VALERIA GONÇALVEZ/ESTADAO-13/6/2018

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