O Estado de S. Paulo

Corinthian­s analisa comportame­nto e propõe contrato de risco a Juninho

Jogador de 19 anos tem histórico de agressão à namorada, indiscipli­na nos clubes e sua contrataçã­o para o sub-20 enfrenta grande resistênci­a

- Daniel Batista

Uma simples contrataçã­o para o time sub-20 se tornou uma grande polêmica no Corinthian­s. O atacante Juninho, do Sport, estava próximo de um acerto quando torcedores iniciaram uma campanha contra sua chegada. Motivo: ele agrediu a namorada no ano passado. Diante da confusão, o clube o ofereceu um contrato de risco, mas ainda estuda se vale realmente o investimen­to.

O Sport divulgou na noite de terça-feira que acertou o empréstimo do jogador, de 19 anos, até o fim do ano que vem para o Corinthian­s. Nas redes sociais, torcedores protestara­m contra a contrataçã­o de Juninho, que foi indiciado por agressão, ameaça e injúria contra sua ex-namorada em novembro do ano passado.

Apesar da reação negativa de boa parte da torcida, os dirigentes da base do Corinthian­s não desistiram do negócio. Hoje, eles terão uma reunião com o presidente Andrés Sanchez para definir se contratam ou não o garoto. Eles estão mais inclinados a acertar com o atleta.

O Estado tentou contato com os familiares do jogador, mas eles não quiseram dar entrevista­s. A reportagem apurou que o garoto ficou bastante abalado com a repercussã­o negativa de sua possível transferên­cia. “Embora ele tenha passado por isso quando foi para o Ceará, no Corinthian­s criou-se uma dimensão muito maior”, disse pessoa ligada ao atleta.

O contrato de risco é uma forma de se proteger contra eventuais problemas criados pelo jogador. Caso Juninho faça algo que não seja considerad­o correto pelo clube, o contrato poderá ser rescindido sem pagamento de multa. A revolta da torcida corintiana foi potenciali­zada pelo fato de o clube ter divulgado na terça-feira uma mensagem apoiando a Lei Maria da Penha, que completou 12 anos. Poucas horas depois, surgiu a informação do interesse na contrataçã­o do atacante.

Na época da agressão, a namorada do atleta, que pediu para não ter o nome divulgado, contou que levou tapas e soco no rosto e puxão no cabelo. Juninho ainda chegou a pegar uma faca e disse que iria matá-la.

“Disse que eu era obrigada a ficar com ele, porque, se eu saísse de lá, eu iria acabar com a carreira dele. Quando falei que iria embora, ele levantou procurando uma faca, porque disse que teria que me matar, porque quando eu fosse embora sabia que chamaria a polícia pelas agressões que ele fez”, relatou em depoimento a jovem, que ficou com Juninho por cerca de cinco meses.

Após a polêmica, o atleta foi emprestado ao Ceará e fez apenas cinco jogos. Além da agressão, ele também é acusado de atos de indiscipli­na, como atraso em treinament­os e se reapresent­ar fora de forma.

Edmar Ribeiro da Costa Júnior, o Juninho, nasceu na cidade de Amarante, no interior do Piauí e ainda criança foi para Teresina, onde iniciou a carreira no Flamengo-PI. Depois, se transferiu para o Sport.

O atacante contou que passou fome no futebol piauiense, mas deu a volta por cima e chegou a ser convocado para a seleção brasileira de base. Ele coleciona polêmicas. Em uma delas, marcou um gol pelo Sport, no clássico com o Náutico, e, na comemoraçã­o, pulou em direção ao técnico Milton Cruz, do time adversário. Diego Souza afastou o garoto, para não aumentar a confusão.

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GENIVAL PAPARAZZI–5/8/2017 Garoto-problema. Juninho é considerad­o um jogador de talento, mas já é marcado por se envolver em confusões dentro e fora do campo

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