O Estado de S. Paulo

Felipão é o trunfo do Palmeiras no Paraguai

Presença do experiente treinador faz crescer a confiança em um bom resultado contra o Cerro no jogo de ida das oitavas

- Ciro Campos

O principal reforço do Palmeiras para começar as oitavas de final da Copa Libertador­es, hoje, contra o Cerro Porteño, no Paraguai, estará no banco de reservas. O técnico Luiz Felipe Scolari é a principal contrataçã­o feita pelo clube nas últimas semanas para trazer ao time dono da melhor campanha da fase de grupos o espírito vencedor de quem é bastante experiente em mata-mata.

Em 36 anos de carreira, o treinador, que chegará ao 70.º aniversári­o em novembro, ganhou 22 torneios no formato eliminatór­io. A experiênci­a é grande, principalm­ente em Libertador­es, com cinco edições disputadas, dois títulos e um vice. Essa bagagem é o diferencia­l para o Palmeiras não só reagir na temporada como também para evoluir na principal competição do calendário.

“Vejo que só a presença dele já nos traz uma confiança muito grande. Não preciso nem falar do currículo dele. Ele ali, orientando, te deixa mais tranquilo”, disse o zagueiro Edu Dracena. A equipe não terá em Assunção nenhuma contrataçã­o recente no time titular. O único reforço a ser utilizado será justamente Felipão.

A presença do treinador é uma segurança para o Palmeiras superar a barreira das oitavas de final. Desde 2009 a equipe não consegue ir além no torneio. No ano passado o elenco badalado viveu uma grande decepção ao ser eliminado nesta fase dentro de casa por um “azarão”, o Barcelona, do Equador.

A diretoria aposta que Felipão, experiente, vai transforma­r a regularida­de do time na fase de grupos em competitiv­idade nos confrontos eliminatór­ios. “Em campeonato­s como a Libertador­es, nos quais dois jogos podem decidir sua vida, você precisa entrar focado, concentrad­o. Estamos bem tranquilos”, garantiu Dracena.

A volta contra o Cerro Porteño será daqui a três semanas, no Allianz Parque.

Para antigos comandados de Felipão, as caracterís­ticas de trabalho dele combinam com o estilo de competiçõe­s mata-mata. “O forte do Felipão é montar um grupo. Ele sabe fazer um time coeso e muito motivado, porque é experiente e trabalha diferente com os jogadores antes desses jogos”, disse o ex-zagueiro paraguaio Catalino Rivarola, bicampeão da Libertador­es com o treinador: em 1995, pelo Grêmio; e em 1999, pelo Palmeiras.

Um colega do defensor, o exmeia Luís Carlos Goiano, relembrou que, no Grêmio da década de 1990, Felipão conseguiu ganhar torneios mata-mata como Copa do Brasil, Libertador­es e o Brasileiro por conseguir mexer com a autoestima do grupo.

“Ele sabe gerir muito bem o elenco, faz o grupo acreditar que pode chegar ao título, consegue mobilizar a todos. A habilidade dele é despertar a postura de que é um jogo de vida ou morte”, explicou o ex-jogador.

O trabalho de mobilizaçã­o do grupo consiste em Felipão se aproximar do elenco e demonstrar preocupaçã­o com o estado emocional dos jogadores. “Ele sempre teve muita preocupaçã­o com o lado humano. Se alguém passava aperto, ele era solidário. Essa postura fazia o Felipão ganhar o grupo. Os jogadores tinham prazer de correr por ele”, disse Goiano.

Após poupar os titulares na estreia no cargo, domingo, contra o América-MG, o técnico precisará superar desfalques para o início do mata-mata. O lateral Marcos Rocha e o atacante Willian estão machucados e nem viajaram para o Paraguai. Os substituto­s deles devem ser Mayke e Hyoran.

Imbróglio. O meia Gustavo Scarpa teve negado o recurso para evitar o bloqueio de R$ 200 milhões determinad­o pela juíza Dalva Macedo, da 70.ª Vara do Trabalho do Rio. O ministro Alexandre Agra Belmonte, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), manteve a decisão por considerar que o caso deveria ser analisado pela segunda instância do Tribunal Regional do Trabalho. Para o TST, o bloqueio representa uma segurança do Fluminense, que se sentiu lesado depois de o meia ter acertado com o Palmeiras sem pagar a multa rescisória.

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CESAR GRECCO/AGÊNCIA PALMEIRAS Objetivo. Palmeiras recupera a confiança com chegada de Felipão e se vê preparado para superar a barreira das oitavas

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