O Estado de S. Paulo

Setor de veículos ajuda retomada da indústria

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Ainda não são conhecidos os números oficiais do comportame­nto da indústria em julho, mas certamente eles serão influencia­dos pelos bons resultados das montadoras, com forte peso na composição do produto industrial. Quase todos os indicadore­s da Carta da Anfavea de agosto sobre produção e vendas mostram que as dificuldad­es de junho foram superadas e o segmento voltou a crescer.

Entre julho de 2017 e julho de 2018 a produção cresceu 9,3% e atingiu 245,8 mil veículos. Ainda maior foi o aumento da produção (13%) entre os primeiros sete meses de 2017 e de 2018. Em 12 meses, até julho, a produção subiu 18,6% e alcançou 2,89 milhões de veículos, 450 mil unidades a mais do que nos 12 meses anteriores. Só houve queda (de 10,5 mil unidades) entre junho e julho devido ao recuo das exportaçõe­s. A evolução das vendas foi de 7,7% entre junho e julho, de 17,7% entre julho de 2017 e julho de 2018, de 14,9% entre os primeiros sete meses do ano passado e deste ano e de 15,8% nos últimos 12 meses.

O presidente da associação das montadoras (Anfavea), Antonio Megale, acredita que a aceleração do mercado interno será suficiente para compensar a diminuição das exportaçõe­s, que caíram de US$ 1,42 bilhão em junho para US$ 1,23 bilhão em julho. Um dos fatores que contribuír­am para a queda das exportaçõe­s foi a crise econômica argentina.

A Anfavea não avaliou a demanda de caminhões por empresas que dependem do transporte rodoviário e temem o impacto do tabelament­o de fretes sobre custos.

Outro bom sinal sobre a atividade automobilí­stica local foi o aumento do emprego direto nas montadoras, de 0,4% entre junho e julho e de 4,1% entre julho de 2017 e julho de 2018, com 132 mil trabalhado­res contratado­s. A maior demanda por pessoal veio do segmento de máquinas agrícolas e rodoviária­s, com alta de 1,2% no mês e de 4,4% em 12 meses.

O mercado de veículos depende do aumento do emprego e da renda da população, mas também da oferta de crédito e de juros módicos. O saldo de crédito para financiame­nto de veículos cresceu 10,4% entre junho de 2017 e junho de 2018, segundo o Banco Central, atingindo R$ 157,6 bilhões. No mesmo período, as concessões avançaram 22,5%. O custo médio dos financiame­ntos, de 23,6% ao ano, foi 1,5 ponto porcentual inferior ao de junho de 2017.

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