O Estado de S. Paulo

China anuncia novas tarifas contra os EUA

A partir do dia 23, entra em vigor taxa de 25% sobre US$ 16 bilhões em 333 produtos americanos, incluindo diesel, petróleo e alumínio

- / AGÊNCIAS INTERNACIO­NAIS

O Ministério do Comércio da China anunciou tarifas retaliatór­ias de 25% sobre US$ 16 bilhões em produtos dos Estados Unidos a partir de 23 de agosto. A medida é uma reação após o governo americano anunciar na terça-feira que, também a partir do dia 23, vai cobrar tarifas adicionais de 25% sobre US$ 16 bilhões em importaçõe­s chinesas.

Por meio de um porta-voz, o governo chinês qualificou a decisão dos EUA de contrária à lei internacio­nal e como algo “não razoável”. O funcionári­o afirmou que a intenção é salvaguard­ar os direitos e interesses da China no sistema multilater­al. Entre os 333 itens atingidos estão carvão, diesel, petróleo e alumínio, o que fez o preço do óleo recuar mais de 2% ontem.

As novas tarifas vêm depois de os EUA já terem imposto tarifas sobre US$ 34 bilhões em importaçõe­s chinesas.

A disputa entre EUA e China pesou nos mercados. A decisão de Pequim se refletiu em queda das bolsas em Wall Street e na Europa ontem, embora balanços corporativ­os acima do previsto tenham limitado a queda.

Todos os principais jornais estatais chineses publicaram na edição de ontem um longo comentário da agência oficial de notícias, Xinhua, em suas primeiras

páginas.

A mensagem unificada contra os EUA dizia que certas pessoas que querem brandir o “porrete da hegemonia” diante da China com tarifas para seus interesses pessoais acabarão machucando a si mesmas.

“Embora isso possa deixá-las cheias de orgulho por um momento, tornará difícil resolver desequilíb­rios econômicos ou políticas caóticas e outros problemas profundame­nte enraizados”, afirmava o texto.

De acordo com a declaração, “o povo chinês suportou sofrimento­s e crises no passado graças à sua resistênci­a e está progredind­o rumo à prosperida­de”. E completava: “A economia mundial está interconec­tada, e ninguém pode se isolar”.

Balança. A China registrou superávit comercial de US$ 28,05 bilhões em julho, segundo a Administra­ção Geral de Alfândega do país, desacelera­ndo ante o mês anterior, quando o saldo positivo foi de US$ 41,61 bilhões. As exportaçõe­s chinesas medidas em dólares tiveram expansão anual de 12,2%, depois de subirem 11,3% em junho. As importaçõe­s também cresceram – 27,3% ante julho do ano passado, ganhando força em relação ao acréscimo de 14,1% de junho.

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JOHANNES EISELE/AFP Resposta. China reagiu à recente medida dos EUA que elevou tarifas de importação em 25%

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