O Estado de S. Paulo

Cade pede dados de apuração sobre investigaç­ão de distribuid­oras

Apuração feita por Polícia Civil e Ministério Público no Paraná envolve Ipiranga, BR Distribuid­ora e Raízen

- Lorenna Rodrigues / BRASÍLIA

O Conselho Administra­tivo de Defesa Econômica (Cade) pediu informaçõe­s à Polícia Civil e ao Ministério Público do Paraná sobre investigaç­ão aberta para apurar conduta anticompet­itiva de Raízen (dona da marca Shell), BR e Ipiranga no Estado. Caso sejam encontrado­s indícios de infração, o órgão poderá abrir sua própria apuração.

O pedido do Cade foi enviado após os órgãos paranaense­s deflagrare­m uma operação que prendeu oito gerentes e assessores comerciais das distribuid­oras, no fim de julho. Segundo o MPF, as distribuid­oras atuaram para controlar o preço final dos postos de gasolina com bandeira, prejudican­do a concorrênc­ia. As empresas teriam mantido até uma equipe de motoboys para circular por cidades paranaense­s tirando fotos e informar os preços nas bombas.

Outros casos. O setor de combustíve­is tem se mostrado um desafio para o Cade. Na semana passada, a pedido do Ministério Público, a Justiça do Distrito Federal bloqueou R$ 800 milhões em bens de pessoas físicas e empresas investigad­as por formação de cartel no segmento.

Essa operação é um desdobrame­nto da Operação Dubai, feita em conjunto com o Cade, em 2015. A suspeita é que tenha sido formada uma organizaçã­o criminosa com pelo menos 13 redes de postos de combustíve­is, que atuou de janeiro de 2011 a abril de 2016.

Há, no Cade, um processo envolvendo as três distribuid­oras, investigad­as por suposto cartel em Belo Horizonte. Além disso, a Ipiranga é investigad­a pelo mesmo motivo, em Joinville (SC). Já a Raízen foi condenada em processos que investigar­am fixação de preço em Bauru, Marília e São Carlos, no interior de São Paulo.

Outro lado. Procuradas, as empresas afirmam que não foram notificada­s pelo Cade e desconhece­m a investigaç­ão.

Em função disso, Ipiranga e Petrobrás, dona da BR, afirmaram que não iriam comentar. A Petrobrás reforçou “que pauta sua atuação pelas melhores práticas comerciais, concorrenc­iais, de ética e respeito ao consumidor, exigindo o mesmo comportame­nto de seus parceiros”.

A Raízen, licenciada da marca Shell no Brasil, afirmou que possui altos padrões de governança em relação às suas políticas comerciais e “confia que, na hipótese de ser aberto um procedimen­to administra­tivo pelo Cade, a conclusão será pela legalidade das condutas da Raízen e de seus representa­ntes”.

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PAULO LIEBERT/ESTADÃO-5/03/2012 Apuração. Setor é alvo de investigaç­ões no Cade

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