O Estado de S. Paulo

Presidenci­ável do PSL tem novo encontro com empresário­s

Bolsonaro defendeu adoção de medidas de cunho liberal, numa tentativa de diminuir desconfian­ça do setor

- Renata Agostini / RIO

O deputado Jair Bolsonaro, candidato à Presidênci­a pelo PSL, ampliou os esforços para conquistar apoio do empresaria­do com um encontro na sexta-feira passada em São Paulo. O evento, que ocorreu na manhã seguinte ao primeiro debate entre presidenci­áveis na TV, reuniu cerca de 60 representa­ntes do setor produtivo e foi organizado por Fábio Wajngarten, dono de uma empresa de pesquisas de audiência e colaborado­r da campanha de Bolsonaro.

Bolsonaro fez um discurso moldado à plateia e enfatizou sua adesão ao ideário liberal na economia. Ele se disse favorável, por exemplo, à análise da venda de algumas partes da Petrobrás. Também manifestou concordar com a associação entre a Embraer e a americana Boeing diante do aumento da concorrênc­ia no setor.

Parte do público manifestou dúvida sobre como o candidato, que pertence a um partido pequeno, conseguirá viabilizar seu programa de governo caso seja eleito. Bolsonaro afirmou que a governabil­idade virá do apoio das chamadas bancadas da bala, do boi e da Bíblia.

O encontro durou cerca de duas horas, com Bolsonaro respondend­o a perguntas dos convidados de maneira informal. “Muitos empresário­s queriam essa possibilid­ade de ter um encontro ao vivo. Nossa preocupamo­s foi ter algo rico em conteúdo”, afirmou Wajngarten.

Dono da rede varejista Riachuelo, Flávio Rocha ocupou lugar de destaque na plateia que se formou ao redor do candidato. O empresário chegou a se lançar como pré-candidato pelo PRB, mas recuou da empreitada. Seu partido fechou apoio à candidatur­a de Geraldo Alckmin (PSDB) juntamente com outros partidos do Centrão. Ao Estado, Rocha afirmou que esteve no evento, mas que não tem posição fechada em relação à corrida presidenci­al. “Acho que estamos numa situação que faz todo sentido o voto útil”, limitou-se a dizer.

Durante o encontro, o anfitrião chegou a sugerir que Rocha compusesse o ministério de Bolsonaro, que reagiu positivame­nte à ideia. Entre os presentes, estavam ainda nomes como o dono da construtor­a Tecnisa, Meyer Nigri; o dono da Centauro, Sebastião Bomfim Filho, e o presidente do conselho da Localiza, Salim Mattar.

Com o evento, Bolsonaro tenta aumentar a adesão à sua candidatur­a e reduzir a desconfian­ça do empresaria­do. Como revelou o Estado em julho, ele se reuniu a convite de Abilio Diniz com Candido Bracher, presidente do Itaú Unibanco; David Feffer, presidente do conselho da Suzano, e José Roberto Ermírio de Moraes, do Votorantim.

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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO-9/8/2018 Bolsonaro. Defesa de venda da Embraer

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