O Estado de S. Paulo

Suposto serial killer de mulheres é investigad­o no interior paulista

Ele é acusado de matar quatro em Votorantim; garota de programa, que conseguiu escapar, relatou abordagem

- José Maria Tomazela SOROCABA

Um homem preso pelo assassinat­o de uma mulher, em Votorantim, interior de São Paulo, é apontado pela polícia como o autor da morte de outras três mulheres na cidade, entre 2014 e o ano passado. Ele foi apresentad­o como um serial killer de mulheres ontem pela Polícia Civil de Sorocaba. Conforme o delegado seccional Marcelo Carriel, sua atuação lembra os assassinat­os cometidos por Francisco de Assis Pereira, o maníaco do parque, que matou ao menos seis mulheres, na década de 1990, em São Paulo.

Everton Julio Soares, de 27 anos, foi preso após ser acusado pela morte de Mara Aparecida de Faria, encontrada seminua e com o rosto parcialmen­te queimado, em uma quadra de esportes da cidade, em dezembro. O pai dele o ajudou nesse crime, por isso também está preso.

Conforme Carriel, a prisão levou à investigaç­ão de outras mortes de mulheres na cidade. “Vimos que outras três vítimas tinham sido mortas da mesma forma, com golpes certeiros na cabeça. Em outros dois casos, o assassino queimou o rosto das vítimas.”

Impotência. Segundo a investigaç­ão, o criminoso atraía as vítimas oferecendo drogas e as levava para um local ermo, como construçõe­s abandonada­s ou terrenos baldios. As mulheres eram mortas com golpes de pedra ou pedaços de madeira na cabeça. Elas foram encontrada­s total ou parcialmen­te despidas. A hipótese é de que o assassino seria impotente sexual e sentia prazer ao assassinar as vítimas.

A primeira vítima, disse a polícia, teria sido Jessica Roberta Pereira, de 30 anos, morta em maio de 2014. Ela foi achada com vida, mas não resistiu. Após um ano, o suspeito teria assassinad­o Rosângela da Cruz Silva, de 50 anos, que morava em bairro vizinho ao de Soares. Em março de 2017, o corpo de Lúcia Fukami, de 52 anos, foi encontrado em uma construção abandonada. Ao lado, estava a pedra usada contra sua cabeça.

Quando investigav­a o assassinad­o de Mara, última vítima do serial killer, a polícia localizou uma garota de programa que havia sobrevivid­o ao ataque do suspeito. Ela contou que Soares tentou fazer sexo com ela, à época grávida, mas não conseguiu consumar o ato e pediu o dinheiro de volta. Como ela resistiu, o homem encostou uma faca em sua barriga e disse que faria com ela “o mesmo que fez com a Jéssica”, segundo o relato da testemunha.

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