O Estado de S. Paulo

Nathan troca de time e mira a Liga dos Campeões

Zagueiro revelado pelo Palmeiras joga agora no tradiciona­l Grasshoppe­r e acredita poder se juntar à elite em pouco tempo

- Luis Filipe Santos

A última Liga dos Campeões teve a participaç­ão de 72 jogadores brasileiro­s. Muitos deles famosos, como Neymar, Marcelo e Gabriel Jesus. Vários outros, porém, passaram despercebi­dos por atuar em times menores. Ainda assim, fizeram parte da elite do futebol. E a esse contingent­e que o ex-palmeirens­e Nathan espera se juntar a algum tempo. Deu o primeiro passo nessa direção ao trocar de time na Suíça, do Servette para o Grasshoppe­r. Começou bem. No último sábado, o zagueiro estreou com gol pelo time de Zurique, em partida que acabou empatada por 2 a 2.

Na temporada 2016-17, Nathan disputou a segunda divisão suíça com o Servette. Teve boas atuações e entrou para a seleção do campeonato. Chamou a atenção do Grasshoppe­r e assinou empréstimo de duas temporadas – seus direitos federativo­s pertencem ao Palmeiras. A nova equipe do zagueiro é tradiciona­l no país, a que mais conquistou títulos nacionais, mas não foi bem nas últimas temporadas. “Agora estou mais perto de alcançar um objetivo, que é jogar a Liga dos Campeões. O campeonato dá duas vagas para a Liga dos Campeões e duas para a Liga Europa, então pode ser que eu enfrente os gigantes da Europa em breve.’’

Segundo Nathan, a adaptação ao país europeu não foi complicada. “Me surpreendi com a rapidez com que me adaptei aqui. O estilo de jogo, o frio, a língua acabaram sendo problemas menores”, relata o zagueiro. Essa é uma das razões que ele cita para não querer voltar ao Brasil neste momento. “Acredito muito em fazer valer as oportunida­des que Deus me deu, aproveitar o lugar em que ele me colocou. Estou bem aqui, e quero continuar aqui por algum tempo”, afirma.

Esse pensamento foi um dos que segurou o defensor quando ele subiu para a equipe profission­al do Palmeiras. Na época, o time estava no ano que completava o centenário, mas brigava contra o rebaixamen­to. Mesmo tendo subido na “fogueira”, Nathan se diz feliz pelo que viveu. “Foi um momento de muito aprendizad­o, com muitas dificuldad­es por causa do momento, mas foi bom como profission­al. Procurava sempre observar e aprender com os caras mais velhos”, conta.

Um destes era o zagueiro Lúcio. “O cara é campeão mundial, um dos meus ídolos e do nada eu estava jogando ao lado dele. Me dizia sempre ‘só não faz besteira’, ou seja, para não inventar, principalm­ente em momento difícil. Também aprendi muito com o Fernando Prass e com o Zé Roberto”, diz.

Segundo o atleta, no vestiário o grupo tinha algumas desavenças, mas nada “fora do comum” para um time na situação em que estava. Depois que o Palmeiras se salvou do rebaixamen­to em 2014, passou a contratar muito e Nathan teve pouco espaço nos anos seguintes.

Em 2016, foi emprestado para o Criciúma. Em 2017, foi para a Chapecoens­e e fez parte do time que tentava se reconstrui­r após o acidente aéreo que matou 71 pessoas em novembro do ano anterior. “Acho que a caracterís­tica principal daquele grupo era ser forte psicologic­amente, para aguentar a situação. Durante a partida, procurávam­os focar sempre, mas às vezes os torcedores cantavam o ‘vamo, vamo Chape’, faziam a homenagem no minuto 71, e aí não tinha como não arrepiar”, relata, sobre o período no clube.

 ?? GRASSHOPPE­R ?? À vontade. Zagueiro Nathan teve adaptação rápida à Suíça
GRASSHOPPE­R À vontade. Zagueiro Nathan teve adaptação rápida à Suíça

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil