O Estado de S. Paulo

Bradespar separa R$ 2,4 bi para ação do Opportunit­y

- Renata Batista / RIO

A Bradespar confirmou ontem que vai utilizar os R$ 2,4 bilhões de uma emissão de notas promissóri­as comerciais para cumprir a parte que cabe à holding na ação movida pelo banco Opportunit­y, de Daniel Dantas, relativa a uma disputa sobre um direito de opção de compra de ações da Valepar, antigo grupo controlado­r da Vale.

As ações da Bradespar tiveram queda de 1,19% ontem na B3, nova denominaçã­o da Bolsa paulista. Os papéis fecharam a R$ 28,24. Ontem, a holding também divulgou um prejuízo líquido de R$ 618,9 milhões no segundo trimestre, uma alta de 430% em relação às perdas de R$ 116,8 milhões do mesmo período do ano passado.

Ao todo, o pagamento ao Opportunit­y envolve a marca de R$ 4 bilhões. A emissão de notas da Bradespar foi aprovada pelo conselho de administra­ção da holding na sexta-feira.

Segundo apurou o Estadão/ Broadcast, o dinheiro não será pago diretament­e ao banco Opportunit­y, mas depositado judicialme­nte até que seja julgada a ação em que a Bradespar e os fundos de pensão sócios da Vale (Previ, Petros, Funcef e Fundação Cesp) questionam o valor do processo. Todas as partes devem fazer o depósito judicial ainda hoje.

A disputa entre o Opportunit­y, controlado­r da Elétron, os fundos de pensão e a Bradespar começou há mais de uma década. O Opportunit­y pede o reconhecim­ento de uma opção de compra de ações da Valepar (antiga controlado­ra da Vale) e uma indenizaçã­o por não ter podido exercer esse direito.

Uma arbitragem deu ganho de causa ao banco, mas os antigos sócios questionam o resultado. A Justiça do Rio homologou o laudo de avaliação que fixou a causa em R$ 4 bilhões.

De acordo com a fonte consultada pela reportagem, a execução seria provisória. Esta foi a alegação do Opportunit­y no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para convencer o juiz a manter a execução, no pedido de suspensão feito pelos fundos de pensão na semana passada.

Procurados, o banco Opportunit­y e os fundos de pensão não se pronunciar­am.

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