Arte e cultura se juntam à tradição jurídica
Faculdades inserem profissionais de outras áreas em disciplinas da graduação ou em cursos de pós, em busca de uma formação mais plural
Faculdades de Direito buscam novas abordagens para se adaptar ao século 21. Essas instituições inovadoras procuram inserir outros profissionais à tradição jurídica, com um conteúdo cada vez mais especializado e ligado às artes. Aulas clássicas, como Direito Romano e Tributário, perdem espaço para aulas de teatro. Especializações conquistam estudantes com cursos mais práticos para atender a demandas individuais de um mercado de trabalho dinâmico.
Uma dessas novidades é o Direito de Moda (Fashion Law), que aproveita o bom momento da indústria de moda brasileira. No País, o setor têxtil faturou R$ 144 bilhões em 2017, ante R$ 137 bilhões do ano anterior, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). Para 2018, a Abit espera que o total chegue a R$ 152 bilhões. Nesse cenário, surgem cursos de extensão e especializações para advogados atuarem em demandas relacionadas à moda. Inspirada em uma pós-graduação norte, a Faculdade Santa Marcelina, que mantém um tradicional curso de graduação em Desenho de Moda, abriu as portas à pós em Fashion Law.
Além de novos segmentos para o profissional formado em Direito trabalhar, também são testadas novas formas de preparar futuros advogados. O teatro, por exemplo, fornece aos estudantes de Direito ferramentas para uma atuação mais humana e cultural no mercado de trabalho. A Faculdade Armando Alvares Penteado (Faap) trouxe as artes cênicas para o currículo dos alunos do 1.º ano de Direito. Entre os benefícios que a abordagem pode trazer estão facilidade com memorização, treinamento de oratória, correção de postura e um olhar mais humano sobre o outro, essencial ao teatro e ao direito.